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Esta semana não vai ser positiva para a ditadura iraniana e ainda bem que assim é. Ontem, tivemos a cerimónia de entrega do Prémio Nobel para a Paz e amanhã temos outra cerimónia para atribuir o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu. Em ambos os Prémios um denominador comum, nomeadamente, as violações de Direitos Humanos dos cidadãos iranianos pelo regime de Teerão. E em ambas as cerimónias temos ausências importantes.
Comecemos pela de ontem cuja data, a morte de Alfred Nobel em 1896, coincide com o Dia Mundial dos Direitos Humanos, pois foi nesse dia, em 1948, que foi aprovada pela Assembleia Geral a Declaração Universal de Direitos Humanos.
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Mais uma vez, o Prémio Nobel para a Paz foi entregue in absentia ou, mais concretamente, à família de Narges Mohammadi. Narges está presa numa masmorra iraniana e assim vai, infelizmente, continuar. Nesta Opinião já vos falei desta mulher absolutamente extraordinária. O discurso de aceitação do Prémio vale a pena ser lido na integra. Nas suas palavras: "O Irão, com a sua civilização antiga e ilustre, tem sido sempre um símbolo de elevação e progresso. Nós somos os herdeiros desta civilização e dos seus valores." E o Prémio Sakharov? Foi atribuído à memória de Mahsa Amini e ao Movimento "Mulher, Vida e Liberdade". Nesta Opinião também já vos falei deste Movimento. O que fez o regime de Teerão? Decidiu retirar os passaportes à família de Mahsa impossibilitando, deste modo, a sua presença em Oslo.
Voltando às palavras de Narges: "Hoje, a juventude do Irão transformou as ruas e os espaços públicos numa arena de resistência civil generalizada. A resistência está viva e a luta persiste."