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O conselheiro de Estado e comentador político, Marques Mendes, foi orador no congresso da Ahresp, que decorreu sexta feira e sábado, em Coimbra. Alertou para a "tempestade perfeita" e afirmou que "o pior está para vir, sobretudo até março devido ao inverno e à crise energética".
Ver na crise uma oportunidade é preciso nos dias que correm. E se a maioria absoluta é fator de estabilidade, como reconheceu o senador, também "o orçamento do Estado para 2023, em relação à dívida e défice, é um bom orçamento".
Portugal vai deixar a última divisão do campeonato da dívida e, se tudo correr bem, passar para o escalão intermédio, onde está por exemplo a Espanha.
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Neste plano do défice e da dívida, um governo de direita ou de esquerda não faria diferente, admitiu o comentador. Mas o problema é que "a manta é curta" e não consegue acomodar todos os impactos da guerra.
Por outro lado, faz um esforço junto de setores mais vulneráveis, mas deixa muitas interrogações acerca do futuro, como por exemplo se o governo vai ter de aprovar novos apoios as famílias e empresas, como aconteceu na pandemia.
Ontem, no mesmo evento, a secretaria de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, admitia que sim, ou seja, que o Executivo pode ter de ir mais longe nos apoios que combatem uma economia de guerra.
Governar é prevenir, é planear e dar previsibilidade aos vários atores económicos. O acordo de rendimentos e competitividade foi um passo em frente nesse trilho, mas sem um crescimento forte vai ser um desafio para os empregadores pagar mais e dar novos benefícios aos seus recursos humanos.
Por outro lado, se não o fizerem os melhores vão continuar a sair do país. E essa sangria penaliza-nos no longo prazo enquanto nação. Saibamos formar, qualificar e reter os portugueses, para que não tenhamos de os ver reconhecidos como os melhores do mundo só quando estão fora de portas.