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Daniel Oliveira defende que a eleição de Francisco Rodrigues dos Santos para a presidência do CDS não é um sinal de renovação, mas, sim, um sinal de esgotamento do partido. No espaço de comentário que ocupa na TSF, o jornalista afirmou que os centristas estão "a rapar o fundo do tacho".
"Uma coisa é um partido jovem, outra coisa é um partido sem memória e sem massa crítica", apontou o comentador. Para Daniel Oliveira, o CDS é agora um partido com uma liderança composta por "ilustres desconhecidos": "sem experiência, sem currículo, sem consistência, desconhecidos do país, sem lugares no Parlamento e, para embrulhar tudo isto, sem o apoio de pessoas que consigam mitigar estas fragilidades".
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"A eleição de Francisco Rodrigues dos Santos revela um partido imaturo e bastante impressionável com discursos de decibéis altos e chavões", atirou Daniel Oliveira, que considera "estranho" que um partido que foi liderado por nomes como Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira e Paulo Portas acabe com o "Chicão".
É estranho um partido que foi liderado por Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira e Paulo Portas acabar com o "Chicão"
Daniel Oliveira pensa que o CDS está "profundamente desesperado" à procura de "um buraco onde se sinta confortável na sua pequenez". O problema é que, nota o comentador, "esse buraco já está ocupado".
"Instalou-se um equívoco de que a radicalização do CDS pode ser uma antídoto para o Chega. Isso foi tentado na direita tradicional brasileira, espanhola, francesa... nunca resultou. As pessoas preferem sempre o original à cópia", recordou.
O CDS está profundamente desesperado à procura de um buraco onde se sinta confortável na sua pequenez
Na opinião do jornalista, os centristas não têm mais espaço de manobra e têm de lembrar-se de que, com apenas cinco deputados na Assembleia da República, estão numa "situação-limite".
"Apesar de ter mais um deputado do que quando era o "partido do táxi", o CDS agora tem dois partidos concorrentes à sua direita. O seu eleitorado tem para onde ir", avisou Daniel Oliveira. "Os partidos não são eternos."
Texto: Rita Carvalho Pereira