Corpo do artigo
O 3.º Congresso das Escolas, subordinado ao tema A pedagogia das Escolas, a decorrer em Braga desde ontem e até ao final da manhã de hoje, revela-se um evento imprescindível, aguardado sempre com elevadas expectativas, e, pelo facto, com tradição no panorama educativo nacional. Ao escrever o presente artigo vi-me a repisar as ideias e o discurso de abertura, que tive o prazer de proferir, e, nesse sentido, permiti-me partilhá-lo parcialmente.
Se os dois anteriores congressos foram realizados com sucesso em Lisboa, em 2017 e 2019, a organização, desta feita, entendeu por bem descentralizar o presente evento, tendo obtido o caloroso e pronto acolhimento do município bracarense.
É, sem dúvida, pertinente e oportuno para as escolas a discussão dos temas propostos, desenvolvidos e explanados por especialistas de renome, que honraram com a sua presença um auditório interessado de mais de 400 pessoas. Estes momentos de reflexão e partilha revelam-se enriquecedores, elevando a qualidade que é reconhecida às escolas e inspirando e mobilizando ações com significado e valor.
A Educação merece um acontecimento desta magnitude!
As quatro associações organizadoras do evento - Associação do Ensino Privado e Cooperativo, Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Associação de Dirigentes Escolares e Associação das Escolas Profissionais, zelam pelo Futuro da Escola, mas também pela Escola do Futuro!
O Futuro da Escola convoca a capacidade das instituições de ensino se adaptarem eficazmente em função das transformações da sociedade, não prescindindo de professores, técnicos especializados, não docentes e outros profissionais, desejavelmente felizes e motivados, reconhecidos e acarinhados pela tutela e pelas comunidades educativas, socorrendo-se na sua prática, sempre que útil e necessário, de mediações digitais.
O Futuro da Escola preconiza a celebração de um Pacto Social para a Educação (conforme matriz de alinhamento das grandes opções 2022/2026, com a estratégia Portugal 2030), consensualizando atuações no concernente a temáticas essenciais como são a inclusão, o combate às desigualdades e a melhoria das qualificações das pessoas, enquanto motor de desenvolvimento.
A Esperança - qualidade emocional que suporta o acreditar em resultados positivos, é fulcral para o Futuro da Escola, exigindo compromisso de todas as partes envolvidas,
por forma a atingir uma melhoria permanente dos ganhos, académicos e sociais, evitando constrangimentos e surpresas inesperados.
Promova-se com intenção e vigor a Esperança de quem é apaixonado pelo que faz!
A Escola do Futuro exigirá a melhor resolução possível dos problemas do passado (os que atualmente separam a tutela e os representantes dos docentes), não consentindo que, nas rondas negociais, se definam temas tabu, extremismos ou fundamentalismos. É urgente o regresso da paz e da estabilidade às escolas públicas portuguesas, onde é realizado diariamente, com todos e para todos, um trabalho de enorme qualidade.
A Escola do Futuro será dotada de mais autonomia - pedagógica, administrativa, organizativa...- atribuída pela tutela, numa prova cabal de que acredita nos profissionais de excelência que contínua e consistentemente tudo fazem para proporcionar as melhores aprendizagens aos nossos queridos alunos.
O trabalho em parceria entre os sistemas de ensino público, do ensino particular e cooperativo e do ensino profissional é o paradigma máximo do entendimento e complementaridade. As entidades promotoras do 3.º Congresso das Escolas orgulham-se do desempenho dos profissionais da Educação, legitimando o mérito sustentado na entrega e envolvimento que, de corpo e alma, dedicam às suas funções.
Se em 2025 - ano em que muitos diretores atingirão limite de mandatos - o 4.º Congresso das Escolas será uma realidade, também o será, já no próximo ano a atribuição da primazia à formação dos membros das direções executivas, tal como sucedeu anteriormente, capacitando com a experiência e o conhecimento imprescindíveis à liderança das nossas escolas, dignos do nosso elogio.
Saibamos merecer a distinção, cientes de que podemos orgulhar-nos do trabalho diário que é empreendido nas nossas escolas, em todas as escolas, e que nos desafia a fazer ainda mais e melhor.
O 3.º Congresso das Escolas de Portugal, na excelência que lhe é creditada, contribuiu sobremaneira para esse objetivo!