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O fim de um ciclo é sempre altura de balanços e de retrospetiva. E este é o tempo de fazermos este exercício sobre o Governo do PS e o Primeiro-ministro António Costa.
Um Governo que cai, como sempre esteve, envolto em casos.
Um Governo que foi saltando de trapalhada em trapalhada, mantendo-se unicamente à custa do instinto de sobrevivência do Partido Socialista e de uma contínua fuga para a frente de António Costa.
Um governo que teve condições únicas. Uma conjuntura internacional favorável, com pleno emprego e um crescimento económico acelerado. Condições de estabilidade política, muito fruto da convivência com um Presidente da República altamente colaborante.
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Tudo isto foi desbaratado. Entre casos e casinhos, nunca houve tempo ou espaço para uma reforma. Este Governo foi sempre mais cigarra do que formiga e que tal como na fábula viu-se de frente com um frio inverno.
Os serviços públicos deterioraram-se a pontos nunca imaginados. A relação entre Belém e S. Bento, não foi cuidada e o divórcio inevitável. O desgoverno não cessou e o fim veio com estrondo.
O Primeiro-ministro que há bem pouco tempo se enchia de toda a arrogância e despudoradamente dizia: habituem-se! Acabou afirmando-se envergonhado quando dinheiro vivo foi encontrado entre livros do seu chefe do gabinete.
Um Governo que não deixa obra, não deixa legado, mas que deixa marca.
Marca na Saúde, que é hoje um fator de insegurança. E que em pleno inverno e no pico das infeções respiratórias, se esperava que a gestão corrente pelo menos dos serviços de urgência tivesse sido assegurada, ao invés o Partido Socialista preocupou-se em nomear dirigentes, criar novos organismos públicos, ocupar a administração hospitalar e de saúde.
Uma marca na Educação, com os resultados do PISA a deixar a nu todo o falhanço da política do Governo. Sem paz social nas escolas. Sem futuro para professores e alunos.
Uma marca na confiança dos portugueses. Que pagam impostos recorde, recebendo serviços mínimos. Que veem as novas gerações serem forçadas a procurar futuro além-fronteiras, enquanto os pouco que cá ficam têm os seus projetos de família castrados pelas paredes de um quarto alugado, a única habitação que podem suportar.
Um custo de vida que dispara e um governo que aproveita para arrecadar impostos, vendendo a falácia da boa gestão das finanças públicas.
Nos 50 anos do 25 de abril, o Partido Socialista e António Costa, deixou-nos um país sem ambição, sem sonhos e sem rumo.
António Costa deixou-nos Fátima, Futebol e Fado, mas não deixou saudades.
