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Há um modus operandi criminoso que se vai difundido pelo país inteiro. As autoridades já o conhecem e agora é necessário combatê-lo com eficácia e informar as pessoas o mais possível para que estejam atentas a estas burlas.
Os atacantes fazem-se passar por uma marca credível, por um familiar, por autoridades do Estado, como a segurança social ou as finanças ou a câmara municipal. Contam sempre histórias que levam as pessoas a sentirem empatia ou a sentir que estão a ajudar ou a ser ajudadas.
Refiro-me, claro, às burlas em que os criminosos se disfarçam de cordeiros e têm por objetivo roubar dados sensíveis, dinheiro que as pessoas tenham em casa ou mesmo conseguir dinheiro através de transferências bancárias dizendo que são familiares e precisam de ajuda urgente. Podem fazer uma visita às pessoas a suas casas, podem contactar por chamadas telefónicas (vishing), por mensagens SMS ou em aplicações do telemóvel (smishing) ou por emails (phishing).
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Há algum tempo uma senhora foi visitada em sua casa por atacantes que se faziam passar por técnicos da segurança social. Informaram-na que algumas notas - de dinheiro claro está - iam sair de circulação, não antes de conquistarem a sua confiança perguntando-lhe se estava bem, se necessitava de alguma ajuda. Mostraram uma nota de 100€, outra de 50€ e ofereceram-se para trocar as que a senhora tivesse em casa, para que não viesse supostamente a perder o dinheiro por causa das notas que supostamente sairiam de circulação. Tudo história falsa. Quando se apercebeu do embuste, já nada podia fazer.
Outra história foi por mensagem em que o atacante disse que era o filho e que tinha o telemóvel estragado, ou sem bateria, por isso que ficava em contacto por aquele novo número. Passado pouco tempo o atacante a fazer-se passar por filho com o novo número, pediu aos pais uma transferência bancária urgente para uma conta específica pois era um pagamento que ele tinha de fazer e não podia pois não tinha o telemóvel habitual dele para fazer o pagamento.
O ponto fraco dos pais é o amor que têm aos filhos, a pronta disponibilidade e carinho para ajudar os filhos em tudo o que podem e assim que podem, sem mais questões
A tristeza por sermos roubados é uma. A de nos sentirmos enganados e traídos é outra. Mas que a bondade e a alegria não cedam o lugar à amargura. A todas as vítimas, o meu apelo a que não se sintam culpadas.
E uma forma de isso não acontecer era termos uma justiça a acontecer com mais celeridade, com meios e leis para combater o crime e proteger as pessoas prontamente. Assim também se evitariam julgamentos na praça pública que em vez de escrutínio normal, se firmam perigosos para a democracia.
Mas essa é outra história. A de hoje é uma homenagem a todos os pais e mães que tanto amam os seus filhos. Por eles vos peço - burlões de todo o mundo - devolvam o que não é vosso.
Saiba mais para se proteger do cibercrime no site do Centro Nacional de Cibersegurança aqui.
