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Nos dias de hoje, tendo em conta a Guerra que a Rússia continua a fazer na Ucrânia temos assistido a uma maior visibilidade da diplomacia e da estratégia em geral. À cabeça, a equipa do Presidente Joe Biden, a NATO e, em particular, o seu secretário-geral Jens Stoltenberg da Noruega, e também a União Europeia. Dentro desta organização tão importante no quotidiano das nossas vidas o destaque é para a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, cuja liderança tem sido sólida, séria e muito corajosa.
É evidente que para descrever o sacrifício, a resistência e a coragem dos ucranianos e do seu Presidente as palavras sinceramente já não são suficientes.
Mas, por entre esta maior atenção à política internacional há um périplo diplomático que merece destaque: as viagens do Primeiro-Ministro da República da Índia.
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Nas últimas semanas, Narendra Modi esteve nos EUA, no Egipto, em França ou nos Emirados Árabes Unidos. Em todas estas viagens perpassa uma ideia fundamental: a necessidade de diversificação sobretudo em áreas críticas tais como a militar. Entre Washington e Paris Narendra Modi conseguiu com bastante sucesso reforçar essa diversificação militar, ou seja, depender menos de material russo, por exemplo, e ter acesso a tecnologia mais avançada.
As imagens de Modi ao lado de Macron no dia 14 de Julho são um barómetro excelente de uma parceria estratégica já com 25 anos de vida. Aliás, no comunicado conjunto encontramos uma expressão importante para Paris e Nova Deli: «autonomia estratégica».
Do ponto de vista da política externa, a Índia de Modi tem sido, de facto, um sucesso.
Infelizmente, os mesmos elogios à diplomacia não podem ser aplicados à actual democracia liberal indiana. Temos sinais muito preocupantes de uma democracia cada vez menos liberal e, em especial, no que toca à sua população muçulmana.
E, se pensarmos na população da Índia, ou seja, mil e quatrocentos milhões facilmente percebemos a importância deste país para a democracia liberal no mundo.