
Fotografia José Caria/Expresso
Sorriso aberto, feliz e disponível para quem o interpelava. Condutores, passageiros dos autocarros, trabalhadores de uma carrinha de construção, gente a circular nos passeios, gente feliz por ver o Presidente na rua e poder cumprimentá-lo.
Quando se começa o dia assim, descendo a Calçada da Estrela e ouvindo um cumprimento do Presidente que vai tomar posse, fica-se embevecido e perde-se a noção de que se é jornalista sempre. Foi o que me aconteceu. Tinha Marcelo Rebelo de Sousa ao meu lado, sorridente, trocando cumprimentos, e não fui capaz de pegar no telefone e entrar em direto na minha rádio.
A verdade é que fiquei tão surpreendido que a primeira coisa que me ocorreu foi não o incomodar. Cumprimentado o Presidente, recuei dois passos para prosseguir a marcha, gozando o momento de ver Marcelo seguir rua abaixo na maior das descontrações.
Sorriso aberto, feliz e disponível para quem o interpelava. Condutores, passageiros dos autocarros, trabalhadores de uma carrinha de construção, gente a circular nos passeios, gente feliz por ver o Presidente na rua e poder cumprimentá-lo. Gente que fez como eu, mas eles hoje não falharam. Eu falhei, sou jornalista e contei a história, mas não fiz o direto que a minha rádio de sempre exigia. Aquele também não era um momento mediático, se fosse Marcelo tinha avisado e não avisou.
Vivi a feliz coincidência, como a viveram muitos outros portugueses. Marcelo merecia ter aquele momento. Falhei como jornalista, mas ainda bem que falhei.