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A pandemia de covid-19 e a guerra provocada pela Rússia podem estar a colocar em risco o nível de atenção dado pelos líderes, políticos e não só, aos temas relacionados com o clima. Mas as alterações climáticas desconhecem se o vírus assolou o mundo ou se Putin destruiu a Ucrânia. Como já alertou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, há reformas que não são adiáveis, referindo-se ao ambiente, à sustentabilidade e ao mar.
É sabido que os gabinetes ministeriais têm as gavetas cheias de estudos e diagnósticos, mas falta concretizar. Citando a jovem ativista Greta Thunberg, no penúltimo World Economic Forum, em Davos, "chega de blá, blá, blá". Já não dá para assobiar para o lado, disfarçar nem para maquilhar o problema que temos todos em mãos. Continuamos sem planeta B e é preciso cuidar do que temos e onde vivemos com os nossos filhos.
A literacia ambiental deveria ser uma das apostas das políticas públicas e não apenas de uma legislatura, mas de várias e de forma contínua. Ensinar a cuidar do planeta deve começar nos bancos da escola, mas também em casa. Ao domingo aproveite para pegar nos miúdos e levá-los pelos caminhos das florestas, dos rios ou do mar. De norte a sul, há um sem fim de atividades que pode fazer com as crianças, que são gratuitas e que têm impacto no curto, médio e longo prazo, porque ficam registadas nas memórias daquele que serão os adultos do futuro.
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Desde limpeza de areais na praia a plantar árvores, contribuir para um mundo mais sustentável tem de ser mais do que o "blá, blá, blá" de que falava Greta Thunberg, tem de ser mais do que o que vem nos livros de Estudo do Meio do primeiro ciclo de ensino.
O ambiente, e os oceanos em particular, não podem ser esquecidos. Lisboa vai acolher a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, de 27 de junho a 1 de julho. Será o momento de reunir chefes de Estado e outros decisores. Mas reunir não basta, vai ser preciso agir, até porque os tais adultos do amanhã, mais cedo do que tarde, vão cobrar por isso.