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Nos últimos dias, tenho acompanhado com atenção especial a libertação de reféns pelo movimento terrorista Hamas em troca de presos palestinianos. É, evidentemente, positiva a libertação de reféns e, em paralelo, a trégua que permite o auxílio humanitário a uma população palestiniana desesperada na Faixa de Gaza.
Tendo em consideração o número elevado de reféns em cativeiro o Hamas vai gerir a sua libertação de modo cirúrgico e muito, muito emocional. São reféns de várias nacionalidades e idades diferentes sendo, para mim, o caso mais chocante de todos os reféns em cativeiro o de um bebé de 10 meses. Repito, 10 meses.
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Em todo este processo de negociação árdua e quase kafkiana há vários interlocutores importantes: o Qatar, o Egipto e, em especial, os EUA. Se há protagonistas do ponto de vista diplomático quer nesta trégua específica quer na tentativa de evitar uma guerra generalizada na região são mesmo o Secretário de Estado Antony Blinken e o Presidente Joe Biden. Nas declarações de Biden na passada sexta-feira uma ideia importante foi reiterada: «dois estados para dois povos».
Este desígnio tão importante vai implicar desafios e concessões a vários níveis: entre outros, o fim do Hamas, a retirada dos colonatos da Cisjordânia, a saída de Netanyahu do governo e uma reforma profunda na Autoridade Palestiniana com eleições e a passagem de testemunho de Mahmoud Abbas com 88 anos.
Como disse o Presidente Joe Biden «dois estados para dois povos» e acrescentou logo de seguida «É agora mais importante do que nunca».
Desejo a todos os ouvintes uma óptima semana.