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Em Democracia, é suposto respeitar a vontade do povo, sempre que o povo é chamado a escolher. Fala em nome dele, sem querer saber o que ele pensa, também não é uma coisa muito democrática. O melhor mesmo era fazer o referendo sobre a eutanásia e respeitar o resultado. A verdade é que há quem queira ouvir os eleitores, mas não esteja interessado em saber o que os eleitores querem.
A suprema hipocrisia está no lado da igreja que, por dogma, nunca aceitará a eutanásia, mas exige um referendo.
Eu sou dos sim/sim. Sou a favor da eutanásia, mas defendo a realização de um referendo, para ouvir os eleitores em mudança tão profunda na nossa vida em sociedade, e o respeito pelo resultado, mesmo que ele seja negativo. Percebo bem igualmente os não/não. Os que não aceitam a eutanásia em nenhuma circunstância e vão ter de viver com a vontade da maioria parlamentar.
Quem acha que só a Deus compete decidir a hora da partida, estará alguma vez disposto a ouvir os Homens da Terra?
No outro lado da barricada, estão os que só gostam do povo quando o povo pensa como eles querem. Muitos do sim à eutanásia e não ao referendo não querem correr o risco de ver a eutanásia recusada pelos eleitores, mas a suprema hipocrisia está no lado da igreja que, por dogma, nunca aceitará a eutanásia, mas exige um referendo. Quem acha que só a Deus compete decidir a hora da partida, estará alguma vez disposto a ouvir os Homens da Terra? Sabemos que não!
TSF\audio\2020\02\noticias\14\14_fevereiro_2020_a_opiniao_de_paulo_baldaia