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No rescaldo desta derrota tão dolorosa face a Marrocos no Campeonato do Mundo a minha primeira reação foi a de pensar logo no próximo desafio, ou seja, no Campeonato Europeu de 2024, que se irá realizar na Alemanha.
Mas, para podermos avançar genuinamente temos de fazer uma fotografia correta e objetiva de tudo o que correu mal.
E é geralmente nesta fase de rescaldo que entramos nas areias movediças das desculpas ou dos bodes expiatórios e, em especial, de duas delas: a arbitragem e os erros dos jogadores.
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Em relação à primeira, só posso compreender as declarações no pós-jogo sobre o árbitro argentino tendo em conta a dureza e a tristeza da derrota. Vi o jogo e por mais que custe a arbitragem foi impecável e a nacionalidade do árbitro não teve qualquer relevância.
Mais ainda, quando outros jogos destes quartos-de-final foram uma bela lição de como não arbitrar, nomeadamente, o árbitro espanhol Mateu Lahoz e o brasileiro Wilton Sampaio. Foram dois tristes espetáculos.
Em relação aos erros e é claro ao lance do golo de Marrocos o que posso dizer é que é sempre o atalho mais fácil culpar um jogador, sobretudo se é guarda-redes ou defesa. Não entro por esses atalhos. Tivemos várias oportunidades que não concretizámos ou que foram muito bem defendidas por Marrocos. Mas, sobretudo, o nosso coletivo não funcionou e ponto final.
Então o que fazer? Neste campeonato do mundo salta à vista o nosso jogo contra a Suíça. Não tanto pelo resultado, mas pela forma desempoeirada como jogámos e com todo o nosso talento à solta. Há muito que não jogávamos assim como um coletivo harmonioso e equilibrado.
Pensando no Campeonato da Europa daqui a 2 anos as perguntas que temos de colocar são simples: Como repetir aquela exibição do coletivo em campo? Quem é a melhor pessoa para treinar a seleção nacional tendo em conta este objetivo? Só assim é que teremos um nível de sucesso que corresponda à qualidade e ao talento dos jogadores portugueses.