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Quando pensamos nos educadores e nos professores sentimo-los como referências inspiradoras para as crianças e alunos com quem privam diariamente. Cada um de nós tem na memória, pelo menos, um professor que o marcou positivamente para a vida. Os professores do 1.º Ciclo ficam infinitamente no baú das melhores recordações, porque foram os primeiros, mas outros, dos ciclos de ensino subsequentes, logo lhes seguem as pisadas, quantos tendo marcado o percurso académico e profissional de tantos de nós.
Enquanto diretor tenho o privilégio de lidar com estas pessoas maravilhosas e criativas, que se empenham para fazer um trabalho de excelência, preparando os jovens para o futuro, assumidamente mais imprevisível e, pelo facto, viabilizando a capacitação o mais integral e personalizada possível, ativando potenciais fundeados nas atitudes e valores enquanto ferramentas imprescindíveis e úteis para abordar qualquer projeto que venham a abraçar, recorrendo com mestria aos ensinamentos que lhe foram sendo transmitidos.
A importância dos conhecimentos programáticos não é descurada, sobressaindo neles o humanismo, a criatividade, as competências socioemocionais para uma cidadania consciente e respeitosa como práticas transversais a todos os contextos escolares, onde devem imperar a equidade e a inclusão, num ambiente agregador e propício à elevação da qualidade das aprendizagens.
Talvez por isso, a distinção de atitudes e gestos dos alunos integre os projetos educativos de muitas escolas, percebendo-se que as capacidades académicas são essenciais, mas as aptidões sociais afiguram-se igualmente fundamentais para a vida.
Aliás, o modelo de acesso ao ensino superior - a ser revisto obrigatoriamente - deveria prever, como critério, a combinação da dimensão quantitativa (numérica) e da qualitativa (as soft skills), pois na frieza dos algarismos estão escondidas qualidades humanas, não valorizadas atualmente, que arreda, tantas vezes por umas milésimas, jovens de mérito reconhecido do curso com que sempre sonharam e onde teriam desempenhos relevantes.
A felicidade que, nas escolas, se procura promover aos alunos, também se deve estender a todos os profissionais que tudo fazem, dia após dia, para elevar o Ensino e a Educação.
Como escreveu Fernando Pessoa,
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
Mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."