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Marcelo sucede a Marcelo e todos se questionam sobre como exercerá ele este novo mandato. Como ele próprio referiu, este mandato nasce em condições muito diferentes. Marcelo tomou posse, desta vez, em pleno estado de emergência, numa crise pandémica com consequências na saúde, na economia e na área social, que ainda não sabemos avaliar, mas que já afeta muitas famílias, muitos postos de trabalho e ainda acrescenta medo ao olhar o futuro
Acresce que presidimos hoje a União europeia, em forma essencialmente telemática, tendo responsabilidades acrescidas pela conjuntura e pelas decisões na Europa, perante esta crise multidimensional que atinge todo o mundo e que se gere a distância. Por oposição, vivemos animados pela chegada da dita "bazuca", vitamina ou outros adjetivos que lhe acrescentamos. É com imensa expectativa que o fazemos. Poderá fazer diferença, mas não é certamente panaceia para todos os males. Oportunidade única terá de ser sabiamente gerida com o apoio e conselho de todos. Mais que nunca é preciso construir caminhos de resiliência e não obras efémeras sem visão e sem futuro.
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Enquanto isto sonhamos todos com um desconfinamento seguro. Queremos retornar a alguma normalidade, mas sem medo de uma doença que não se sabe curar. É a ambivalência de querer e não querer que nos faz sair de casa e voltar sem confiança nem alegria. Está nas nossas mãos dar pequenos passos seguros que enganem a doença e nos coloquem seguros e mais perto de um abraço. Ansiamos todos por isso.
Como poderá, então, ser Marcelo o mesmo presidente? Será certamente o presidente dos afetos e das selfies que já aprendeu a fazer em segurança e com algum distanciamento. Será um Presidente inovador com Twitter e uma nova APP. Será igual a Marcelo, mas com responsabilidades acrescidas. Pode não lhe caber a operacionalização, as medidas de política, a gestão dos programas, mas será confrontado em cada momento com desalentos e escolhos que terá de serenar; e caber-lhe-á certamente um papel de vigilante ativo e orientador pedagógico. Esse é certamente um papel maior e um enorme desafio.
O Papa Francisco completa 8 anos de pontificado, depois de 4 dias de uma impactante, generosa e única viagem apostólica ao Iraque. O apelo à paz, ao diálogo inter-religioso e a um compromisso concreto com a justiça e a paz, reforçam todos os que batalham por uma fraternidade que proteja os mais frágeis. O pouco que se fizer poderá, de facto, ter um enorme impacto. O nosso Papa é um homem muito corajoso...
Fui muito recentemente "re-apresentada" ao verbo "Esperançar" e por isso desejo-vos energia para participar, atenção para tomar boas decisões, lucidez para saber que os pequenos gestos ao nosso alcance, podem ter um impacto gigante e coragem para esperançar. Boa semana!