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A comissão de inquérito da TAP continua a marcar a agenda nacional. Foi tanta a trapalhada, que o sentimento de estupefação é geral.
A governança da TAP era anedótica. As interferências políticas diárias. E a responsabilidade perto de zero.
Mas não só dos acontecimentos passados se alimenta a polémica da TAP. A justificação do ministro João Galamba para a presença da CEO da TAP na reunião entre o governo e deputados do Partido Socialista para preparar a audição de Christine Widener é surreal.
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Diz-nos que a CEO da TAP não foi convidada para a reunião, mas pelo contrário pediu para estar presente. Como se fosse possível que a CEO da TAP qual Zandinga adivinhasse que aquela reunião iria existir e que fosse normal as pessoas fazerem-se convidadas, qual penetras em casamentos.
João Galamba, trata-nos como tolos. Dá-nos uma desculpa completamente esfarrapada para um acontecimento que é grave e que demonstra uma promiscuidade pouco democrática entre governo, grupo parlamentar do PS e empresas públicas.
O PS comporta-se como se fosse o dono disto tudo, como se o Estado e o Partido fossem uma só entidade e quando são confrontados com este facto, não conseguem fazer mais do que nos brindar com uma desculpa totalmente esfarrapada.
A presença da CEO nesta reunião é uma subversão democrática grave. Todo o país o percebeu, até o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, veio a público criticar abertamente a conduta do Governo. Todo o país comentou esta situação. Todo o país menos o Primeiro-ministro António Costa.
O primeiro responsável por todas estas trapalhadas continua calado, com exceção de breves declarações unicamente sobre a troca de e-mails entre o ex-secretário de Estado Hugo Mendes e a CEO da TAP, que indicava que se alterasse um voo para satisfazer uma necessidade do Presidente da República, apesar deste último nunca o ter solicitado.
António Costa, acha que nada mais do que tem sido revelado merece análise ou comentário. A mentira, a negligência e a falta de ética presente em todos estes episódios, não mereceu qualquer reparo do Primeiro-ministro.
Diz o Povo que quem cala consente e é precisamente isso que o silêncio de António Costa nos transmite. Este é o modo de atuação do governo, é assim que o PS governa, como se fossem donos disto tudo. E António Costa, não tem nada para dizer, porque já nada consegue fazer.
É cada vez mais visível o desnorte do Governo, resta ao país esperar e saber que o PSD é alternativa e está preparado para governar, já hoje.
