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O 1.º período letivo ainda mal terminou e os diretores das escolas públicas portuguesas encontram-se agora focados no dia 4 de janeiro, data que, de acordo com o calendário escolar, dará início aos 55 dias úteis de atividades letivas previstos para o 2.º período.
Deseja-se que o balanço positivo no tocante aos meses já decorridos se replique durante janeiro, fevereiro e março do próximo ano, sinónimo da segurança e da tranquilidade que persistem nas escolas, e renovadas com a pandemia.
A jornada que abraçamos é, inequivocamente, uma prova de resistência, não o sendo menos para as escolas, que avançam, etapa após etapa, com reconhecido sucesso, mantendo-se em permanente alerta, cientes dos inúmeros percalços que o longo caminho pode desvendar.
Por estes dias, ouvimos o senhor primeiro-ministro afirmar que "nada justifica alterar o calendário escolar", referindo-se concretamente à data definida para o início do próximo período, aliás, parecendo reunir a concordância da maioria dos portugueses. Por outro lado, alguns aconselham prudência, e a exemplo do que se passará na Alemanha, sugerem o prolongamento da pausa do natal por uma semana, apontando o reinício das atividades letivas para o dia 11 do primeiro mês do ano.
Compreendendo as duas perspetivas, parece-me prudente encontrar uma posição intermédia, e que apela à necessária reavaliação da situação no final de dezembro, pois, seguramente, os números da pandemia serão diferentes (esperemos que para melhor) daqueles que avalisaram a declaração categórica (precipitada?) de António Costa e, pelos mesmo motivos, que ditam a precocidade do pedido de atraso do reinício das aulas por quem o defende.
Não obstante, a decisão definitiva deverá ser tornada pública no momento mais oportuno, sendo certo que as escolas dispõe de planos de ensino diferenciados - presencial, misto e à distância - legitimados pela aprovação nos respetivos órgãos de administração e gestão. Por conseguinte, as instituições escolares estão aptas a transitar de forma célere para um plano ou planos de ensino distintos do que atualmente vigora, assim se proceda ao aviso prévio com a prontidão que se aconselha.
Nas escolas, os diretores e as suas equipas diretivas encontram-se a gerir de forma exemplar a pandemia e as consequências fraturantes que esta determina, tendo emergido a faceta social de uma instituição que ensina, acolhe e alimenta, não só as suas crianças, alunos e formandos, mas também os agregados familiares a que pertencem, em torno dos quais se geraram movimentos de efetivo e solidário auxílio.
A elevada consciência cívica revelada no interior do espaço escolar pelos nossos jovens, professores e pessoal não docente, deverá ser replicada pela sociedade, por todos nós, principalmente nestes dias comemorativos, prevendo-se um aumento dos convívios familiares e sociais, por forma a entrarmos com o pé direito num novo trimestre letivo com a nota positiva que o anterior registou no epílogo de 2020.