Segurança "à larga", entrada por uma porta lateral e, por acidente, em vez do espaço de imprensa quase acabar no relvado do estádio do Parque dos Príncipes. Aventuras e constatações de um repórter.
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Escrevo estas linhas dentro do espaço destinado ao Media Center, que muito trabalho me deu para encontrar, anexo ao Parque dos Príncipes, casa do Paris St. Germain. Um emblema de referência na capital francesa, neste País e um pouco por toda a Europa.
Naturalmente que este espaço nunca poderia ficar fora da rota do Euro2016. Foi o que sempre pensei, e igualmente deduzi que as condições de trabalho seriam semelhantes às encontradas durante o Mundial de 98, onde também estive. Puro engano!
A cada esquina uma pergunta. A cada esquina uma resposta diferente! Entre os voluntários, quase ninguém sabia onde está situado o espaço de trabalho. A sinalização é quase inexistente. Mais um pouco e, na companhia do meu camarada de outras aventuras semelhantes Pedro Azevedo da Rádio Renascença (porque a concorrência não pode colocar em causa amizade de duas pessoas), quase entrávamos no relvado, sem que ninguém nos impedisse.
Estas são apenas pequenas peripécias diárias de quem anda nesta vida, e que não podem nem devem interferir no trabalho que temos de fazer.
Numa altura em que a segurança francesa está em alerta vermelho, o que me parece mais inconcebível é que à entrada do estádio a segurança se tenha limitado à validação da credencial e a um olhar para dentro do saco de trabalho. Até parecia que os seguranças estavam a fazer aquilo por favor!
Entrei no Media Center por uma porta lateral, sem qualquer tipo de impedimento ou revista. Deveria ter entrado pelo outro lado, onde a revista é rigorosa e ao jeito dos aeroportos.
Mas cá estou, sem restrições para trabalhar. Pelo menos hoje. Amanhã será outra história, porque os senhores da UEFA teimam em nos colocar em lista de espera para os acessos à zona mista, onde podemos falar com os jogadores, e se esqueceram que num estádio junto a uma zona residencial era necessário encontrar um espaço para estacionar os carros. E atenção, a TSF pagou, e bem, para poder transmitir os relatos a partir dos estádios. Imagino como seriam as coisas se não tivesse pagado!
Naturalmente, este é um problema que os "VIP" e os amigos dos senhores da UEFA não têm. Afinal eles só vêm à bola, e muitos deles nem sabem o que é trabalhar.
Que saudades tenho do Euro2004. Nesse aspeto Portugal, tantos anos depois, continua a ganhar de goleada...
Bem, venha o jogo com a Áustria e que Portugal ganhe. Não precisa de ser por goleada. Essencial será somar 3 pontos.