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Hoje começa uma semana muito intensa e tensa no que toca à política internacional. Destaco três dos factos e notícias mais importantes.
Desde logo, as comemorações de hoje e amanhã relativamente ao fim da Segunda Guerra Mundial e amanhã o Dia da Europa que, como o próprio nome indica, celebra a nossa União Europeia. Em relação às comemorações de 1945 será interessante analisar o que acontece na Rússia. Tradicionalmente, Moscovo, seja na antiga versão soviética, seja depois de 1991 na versão actual de Federação Russa, celebra no dia 9 o fim da chamada "Grande Guerra Patriótica" com uma parada militar, muita pompa e circunstância e, é claro, discurso do Grande Líder. Como é que vão correr todos os detalhes deste dia festivo? E como vai ser o discurso de Vladimir Putin tendo em conta que estamos no dia 439 da Guerra russa na Ucrânia?
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Em segundo lugar, teremos no fim-de-semana dois acontecimentos importantes: Zelensky na Alemanha e as eleições na Turquia. Vamos primeiro à visita do líder ucraniano que, na verdade, se desdobra em duas partes. No sábado, vai a Berlim e será recebido pelo Chanceler Olaf Scholz. Esta é uma visita muito importante, pois se bem nos recordamos no início da Guerra a relação entre Berlim e Kyiv esteve ao rubro. Kyiv desesperou, várias vezes, com a resposta cautelosa, ou se quiserem lenta, de Berlim. Desde então, temos assistido a uma viragem gradual e consistente da Alemanha face à Rússia. A ida de Zelensky pode ser crucial naquela que é a capital mais importante da Europa.
De seguida, irá receber o prestigiado Prémio europeu Carlos Magno na cidade alemã de Aachen. O comité justificou assim a sua escolha: "Ao atribuir o Prémio Carlos Magno 2023 ao Presidente e ao povo, (...) reforçamos o facto de a Ucrânia ser parte da Europa e de que a sua população e os seus representantes governativos - chefiados por Volodymyr Zelensky - apoiam e defendem valores europeus e, por isso mesmo, merecem este estímulo para, de modo rápido, começarem as negociações para a sua entrada na União Europeia."
E, por fim, eleições na Turquia no dia 14 de Maio. Estas serão determinantes para um país crucial na NATO e para a própria democracia turca com cerca de 84 milhões de pessoas. Será que é desta que Erdogan, depois de cerca de duas décadas, é derrotado? A ver vamos.
Cá estarei na próxima segunda-feira para analisar estas eleições.
Boa semana.