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Hoje quero chamar a atenção para um país muito importante no continente africano: o Sudão. À cabeça, temos de destacar o seu imenso território (3º maior depois da Argélia e da República Democrática do Congo), a sua população de cerca de 49 milhões de pessoas (segundo o World Fact Book) e uma história antiga e muito complexa.
Em termos de história mais recente, e depois de uma guerra muito sangrenta, parte do seu território tornou-se independente e tem, desde 2011, o nome de Sudão do Sul. Entre ambos, há que destacar o dossier crucial de recursos petrolíferos: a sua localização e os pipelines de escoamento e exportação.
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Para além das relações entre Khartoum, capital do Sudão, e Juba, capital do Sudão do Sul, o governo sudanês nas últimas décadas, sob a égide do seu Presidente Omar al-Bashir, foi responsável pela violação sistemática e em massa de direitos humanos (para usar a expressão crucial em matéria de direito internacional). Em especial, na sua zona ocidental e, nomeadamente, em Darfur. Aliás, sempre que penso em Darfur lembro-me de uma reportagem de Samantha Power de 2004 sobre as milícias pró-governo e do horror retratado. O título da sua reportagem é bastante ilustrativo: «Morrendo em Darfur».
Nos últimos anos, o Sudão tem vivido muita instabilidade e, recentemente, mais ainda com confrontos directos. Do ponto de vista político, não é fácil recomeçar depois de três décadas de poder de al-Bashir e, desde 2019, o Sudão procura um novo rumo. Segundo a qatari Al-Jazeera: «as batalhas são consequência das tensões crescentes devido à proposta de integração das forças paramilitares nas forças armadas. A discórdia tem atrasado a assinatura de um acordo entre partidos políticos com apoio internacional para uma transição democrática.»
Oxalá seja possível. Seriam notícias excelentes para um povo que bem precisa delas.