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Começamos com a notícia de fumo branco em Washington em relação à eleição do líder da Câmara dos Representantes pelos seus pares. Ronda após ronda foi um espectáculo degradante até chegarmos à 15ª votação para que o representante republicano Kevin McCarthy da Califórnia fosse o escolhido. Tendo em conta as concessões e a luta entre os trumpistas e os outros dentro do Partido Republicano diria que os próximos 2 anos, ou seja, a duração do mandato na Câmara dos Representantes, vão ser ... animados.
E, por falar em Trumpistas, estamos todos ainda a recuperar da violência de ontem no Brasil. Imagens tristes e absolutamente condenáveis.
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Mas, hoje quero falar-vos da Suécia, que assume as rédeas da Presidência do Conselho da União Europeia neste primeiro semestre. O testemunho foi passado pelos checos e será, por sua vez, entregue aos espanhóis na segunda metade deste ano.
Nos últimos tempos, temos falado mais da Suécia no contexto da NATO. Como bem sabemos Vladimir Putin conseguiu o feito de levar dois países como a Finlândia e a Suécia a tomarem uma posição inequívoca em matéria de defesa e, nomeadamente, um pedido de adesão à organização transatlântica. Dos 30 membros que compõem a NATO falta o sim final de dois: Hungria e Turquia. A Hungria já disse publicamente que irá ratificar ficando, assim, a Turquia isolada. A liderança turca vai aproveitar toda e qualquer hipótese para fazer render esta ratificação, tentando passar aos eleitores turcos, que vão a votos em Junho, a imagem de um Presidente forte, decidido e ouvido.
Voltando à Suécia, um país com cerca de 10 milhões e 400 mil habitantes, quais são então as suas prioridades em termos desta Presidência? Nas palavras do seu primeiro-ministro: "segurança, competitividade, transição verde e energética, valores democráticos e estado de direito." Mais ainda, "a União Europeia e os seus Estados-Membros conseguiram mobilizar um apoio sem precedentes à Ucrânia e permanecerão firmemente ao seu lado."
Estas palavras são muito importantes. Será a dimensão crucial deste ano de 2023 e, em termos estratégicos europeus, absolutamente decisiva.