N'"A Opinião" da TSF, Daniel Oliveira sugeriu que o CDS está próximo de Bolsonaro, ao introduzir o tema das armas na sua campanha para as eleições europeias deste ano.
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Daniel Oliveira comparou Nuno Melo, cabeça de lista do CDS às eleições europeias, com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na questão das armas. No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, "A Opinião", criticou o facto de o CDS ter defendido a facilitação da posse de armas, durante a campanha eleitoral.
O jornalista começou por apontar que os massacres de Christchurch, na Nova Zelândia, e de Suzano, no Brasil, vieram relançar o debate sobre quem deve ter acesso a armas.
Danbiel Oliveira distingue "duas culturas políticas" (ou duas formas de olhar para o valor da vida") no modo de abordar este tema. "De um lado estão os que acham que o acesso às armas deve ser uma exceção reservada às forças de segurança, aos caçadores (apenas para algum tipo de armamento) e pouco mais", expõs. "Do outro lado estão os que têm saudades do faroeste e acham que a melhor forma de garantir a segurança pública é dar armas a todos e ver quem é que fica vivo", atirou.
Para o comentador, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, insere-se na primeira cultura, ao, após o massacre, ter anunciado "a imediata alteração da lei das armas, para dificultar a sua aquisição". Já o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está claramente comprometido com a segunda, exibindo um "fascínio quase erótico por armas de fogo, que se tornou na sua imagem de marca durante a campanha eleitoral".
E é precisamente à segunda cultura política, a cultura de Bosloanro, que, aos olhos de Daniel Oliveira, o CDS se cola, quando introduz o tema das armas na sua campanha para as eleições europeias deste ano.
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Notando que em Portugal há 1,5 milhões de armas de fogo nas mãos de civis, Daniel Oliveira critica o candidato de CDS por ser contra uma nova lei, mais restritiva que a atual, alegando que tal limitará "o sagrado direito de propriedade e a liberdade individual".
"Para o CDS, a liberdade individual só não tem valor quando um homem quer casar com outro homem", ironizou o comentador.
Daniel Oliveira conclui afirmando que é incontestável que, "ao trazer este tema para a campanha, uma semana depois de dois massacres terem custado a vida a 60 pessoas, Nuno Melo revela uma prodigiosa pontaria política". "Quase tão afinada como a de Bolsonaro", rematou.
Texto: Rita Carvalho Pereira