Corpo do artigo
Foi com pompa e circunstância que na passada segunda-feira o Governo levou a cabo, não uma, mas duas conferências de imprensa.
Com o conselho de ministros extraordinário como justificação, António Costa vem anunciar que afinal, as pensões de reforma terão um aumento intercalar. Na prática anuncia que o corte encapotado que tinha provocado o suplemento de 2022, afinal não iria acontecer.
António Costa anuncia que afinal não vai cortar as pensões, como se na verdade não tivesse sido este mesmo governo a decidir-se por este corte.
Mais tarde o Ministro das Finanças, Fernando Medina, vem dar grande importância às medidas do IRS jovem, há importância da retenção do talento português e à necessidade de dar condições aos jovens para construírem o seu caminho de felicidade.
Medidas que merecem, sem sombra de dúvidas um grande elogio. Medidas justas que só pecam por tardias.
TSF\audio\2023\04\noticias\20\20_abril_2023_opiniao_miguel_pinto_luz_um_governo_a_reboque
Mas como habitualmente "o diabo" está nos detalhes. E o pequeno grande detalhe destas duas medidas é que ambas são medidas há muito defendidas pelo PSD.
O Governo pressionado pelas trapalhadas das últimas semanas sentiu a necessidade de tomar medidas mais populares, mas como soluções não é bem o forte deste executivo, a forma encontrada foi o tomar como suas propostas do PSD.
Este é um governo que anda a reboque. Um governo sem força. Um governo sem criatividade ou caminho. Que já só trabalha para a imagem e para a manutenção de poder.
Exemplo claro desta postura prende-se novamente com a Comissão Parlamentar de Inquérito, com a negação da entrega do parecer jurídico cujo Governo usou para fundamentar a demissão da CEO da TAP.
O Governo esconde-se em cortinas de fumo. Em anúncios de propostas que não são suas. Em cambalhotas nas suas posições, mostrando que na prática já pouco ou nada defendem.
Esta forma de estar na política mina a credibilidade e destrói a confiança.
Tanto assim é, que a grande discussão já é: se existe ou não parecer jurídico?
A maioria absoluta tornou-se o descrédito absoluto. E quando assim é, muito dificilmente conseguirá cumprir o seu desígnio: governar.
