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Já deu para perceber que a vacina ajuda a evitar males maiores, mas não resolve os problemas todos. Havendo um risco associado para qualquer vacina é natural que uma vacina contra um vírus que afeta sobretudo os adultos, levante mais dúvidas quando se trata de a administrar a crianças. Havendo evidencia cientifica de que a vacina não faz mal às crianças, foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento a partir dos cinco anos, solução que até já foi adotada por inúmeros países, entre os quais a Áustria, Portugal decidiu seguir pelo mesmo caminho.
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Quando se decidiu vacinar as crianças a partir dos 12 anos, ninguém pediu os pareceres científicos que estiveram por trás dessa decisão, mas agora pedem. Pedem os partidos da oposição, à direita, argumentando que é necessária transparência e que é preciso acabar com as dúvidas que vão aparecendo. Tratando-se de crianças cada vez mais novas, é natural que as dúvidas sejam cada vez maiores. E é tão evidente que a transparência não faz mal a ninguém que mal se percebe que os pareceres sejam segredo. Por isso, vários partidos pediram que se publicasse o parecer científico por trás da decisão de vacinar as crianças a partir dos cinco anos. A DGS disse que não, mas adivinhava-se com bastante facilidade que o governo daria ordem contrária. Porquê? Pela mesma razão que levou parte da oposição a exigir conhecer esse parecer. Estamos em pré-campanha, a caminho das eleições de 30 de janeiro.
Vem aí o frio e as festas de final do ano. Natal com a família, Passagem do Ano com os amigos. Os números vão crescer e há uma alta probabilidade de voltarmos a ter problemas no SNS por causa desse crescimento exponencial de novos casos e de internamentos. A oposição de tudo se queixará e o governo prometerá resolver o que não foi capaz de resolver ate aí. O que ainda não foi inventado? A vacina contra a demagogia.