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A preparação do próximo ano letivo decorre a um ritmo intenso nas escolas, com trabalho acrescido para os professores que se encontram a corrigir e classificar as provas de aferição e os exames finais.
As equipas diretivas, assessoradas por professores diligentes, entregam-se de corpo e alma a uma labuta exigente, tão burocrática quão necessária para que 2023/2024 flua dentro da maior normalidade possível.
Sendo previsível que o próximo ano letivo se inicie entre 12 e 15 de setembro (as escolas escolhem o dia), as múltiplas tarefas desenvolvidas neste momento crucial implicam um elevado número de profissionais, que para além de envolver professores, educadores e técnicos especializados, contam também com os assistentes técnicos e operacionais.
Para dar resposta às diversas demandas das estruturas do ministério da Educação, quantas vezes obrigados a cumprir prazos exíguos, os diretores tentam a todo o custo satisfazer as necessidades de uma máquina ainda demasiado impositiva, característica de um centralismo desmesurado e anafado, mau grado o pertinente processo de descentralização de competências ocorrido há um ano e três meses, mas ainda em fase de aperfeiçoamento.
Os dias que se avizinham serão de inúmeros afazeres, esperando-se que os serviços da tutela prestem o devido apoio às cerca de 811 unidades orgânicas desejosas de um final de ano escolar mais calmo e tranquilo.
O passo seguinte deverá perspetivar o encerramento das escolas durante parte do mês de agosto já a partir do próximo ano. Um grande objetivo que carece de esforços conjugados.
Alguns dos profissionais das escolas dificilmente conseguem tirar alguns dias de férias no mês que quase todos preferem, com o tempo a convidar a um passeio pela cidade, pelo campo ou a uma ida à praia. Seria também uma boa decisão para que os estabelecimentos de ensino tivessem oportunidade de "respirar", e as preocupações diárias dos diretores e docentes dessem lugar ao lazer, à descontração e ao divertimento.
É uma tarefa difícil, pois o modo como está organizado o nosso sistema educativo (final tardio do ano letivo, principalmente para a educação pré-escolar e 1.º Ciclo, realização de exames nacionais em 2 fases, provas finais, matrículas e renovação das mesmas, diversos concursos anuais de professores e respetivas colocações...) quase obriga à abertura ininterrupta das escolas públicas portuguesas.
Considero que se as diferentes tarefas a desenvolver durante os meses de junho, julho e parte de agosto forem planeadas em consonância e cooperação, assim como concretizados alguns ajustes ao calendário escolar, eliminando-se trabalho burocrático acessório, entre outros critérios a ponderar, dar-se-á um passo de gigante em relação a um objetivo de diferentes equipas ministeriais, mas que não passou de boas vontades.
Vamos a isto?