Daniel Oliveira não está preocupado com uma eventual "humilhação eleitoral do PSD", mas lembra que a guerra interna do partido implica riscos para a democracia.
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Luís Montenegro não passa de um "cordeiro para abate" para o PSD, considera Daniel Oliveira. É o segundo, depois de Santana Lopes.
No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, "A Opinião", Daniel Oliveira diz que o ex-líder parlamentar que desafiou a liderança de Rui Rio "não é o melhor que os Passistas têm para apresentar".
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"Se conseguir impor as eleições internas, serve para evitar a limpeza das listas e segurar o emprego de alguns. Se não conseguir cria mais um episódio na destabilização interna."
E "mesmo assumindo que as más sondagens chegam para fazer cair um presidente eleito há 11 meses, ir para eleições internas só pioraria o que já está mal" no partido, defende, uma vez que os sociais-democratas passariam grande parte do período de pré-campanha para as europeias e legislativas em campanha interna.
"Costa, Catarina, Jerónimo e Cristas estariam a falar para o país, enquanto Rio e Montenegro se desgastavam mutuamente. Como pode isto ajudar o PSD?", questiona.
Para Daniel Oliveira, ao "abrir uma crise interna" no PSD tão perto de eleições, Luís Montenegro estaria sempre a contribuir para a "humilhação eleitoral do PSD, fosse quem fosse o seu líder."
"Por mim o PSD pode fazer eleições internas todos os anos", ironiza o comentador. O risco é que "nesta fúria autofágica vá libertando votos para projetos perigosos".
"Mesmo discordando do PSD sei que ele é necessário à democracia portuguesa, coisa que não parece preocupar a fação mais radical do partido", acusa.
Texto: Carolina Rico