Espalhado pelas t-shirts, pelos cartazes, pelos autocolantes, pelas bandeiras ou pelos crachás, em 1986, em plena campanha presidencial, seriam poucos a não conhecer o slogan da candidatura de Mário Soares.
"Soares é Fixe", por João Alexandre

"Soares é fixe", um slogan que pretendia aproximar o candidato socialista às camadas mais jovens do eleitorado, e que acabaria por marcar um dos momentos mais importantes da vida politica do antigo primeiro-ministro, naquela que foi uma das mais intensas campanhas eleitorais realizadas em Portugal.
Mário Soares vs. Freitas do Amaral, as eleições mais disputadas de sempre, e que obrigariam, nessa época, à realização de uma segunda volta, sendo, depois do afastamento de Salgado Zenha e Maria de Lourdes Pintassilgo (respetivamente, com 20,88% e 7,38% dos votos), a primeira vez que tal cenário se colocava.
Na segunda volta, ao alcançar 51,2% da votação - e contra os 48,8% conseguidos por Freitas do Amaral -, Mário Soares acabaria por tornar-se o 16º chefe de Estado português, sendo depois reeleito em 1991 para um segundo mandato.
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Para a história, além da vitória do socialista frente ao centrista, ficavam os slogans "Soares é fixe" e "Vota fixe, vota Soares", que viriam a mudar a forma como boa parte do eleitorado, em particular o eleitorado mais jovem, olhava para o então candidato presidencial, mas também o hino oficial de campanha.
"Rock da Liberdade" era o título do tema que chegaria a disco de prata, numa colaboração entre Rui Veloso e o realizador António Pedro Vasconcelos, o autor da letra. Uma música feita hino e que, assim, fazia frente ao hino oficial da campanha de Freitas do Amaral, que contava com o slogan "P'ra Frente Portugal", cantado, entre outros, pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras e por Nicolau Breyner.