O secretário-geral do PCP relativizou o "sentido de ameaça" das palavras de Cavaco Silva, no discurso que proferiu na tomada de posse de António Costa, considerando que mais não foi que "um grito de alma de quem perdeu".
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Jerónimo de Sousa considera que o discurso de Cavaco Silva foi um "discurso de mau perder, um discurso de quem se esqueceu que é o Presidente da República e se assumiu mais como um tutor do PSD e do CDS".
Em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, na Figueira da Foz, o líder do PCP disse ainda que "deve ser descontado o sentido de ameaça" presente nas palavras de Cavaco Silva em relação ao exercício do poder de demissão do Governo, considerando-o "apenas um grito de alma de quem perdeu".
Para o secretário-geral do PCP, o discurso do Presidente da República, mostra "alguém que não soube lidar com uma realidade constitucional e a solução governativa que foi concretizada", aludindo ao acordo a nível parlamentar do PS com o Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes para a formação do Governo.
Questionado sobre a sua ausência da tomada de posse de António Costa como primeiro-ministro, Jerónimo de Sousa respondeu que o PCP esteve representado "ao mais alto nível" por João Oliveira, líder do grupo parlamentar: "até porque desde a década de 70 que não íamos a nenhuma tomada de posse, foi um gesto com o seu significado político", frisou.
O líder do PCP participou na cerimónia de "batismo" de uma rua na Figueira da Foz. A via passa a chamar-se Álvaro Cunhal, o nome do histórico líder comunista que morreu em 2005, aos 91 anos.