Ribeiro e Castro deixa críticas à intervenção de Paulo Portas no congresso. Para o antigo líder do CDS-PP, o ainda presidente centrista está a seguir a mesma linha de António Costa.
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"Há uma independência clara do estatuto do governador do Banco de Portugal e, portanto, eu não vejo bem que, depois de um ataque completamente desabrido que António Costa faz contra o governador do Banco de Portugal, [António Costa] meta depois a viola no saco e, hoje, é um ainda líder de um partido da oposição que dá ideia de alinhar pela crítica e pela pressão política", disse à TSF Ribeiro e Castro.
Assinalando que o anterior governo PSD/CDS-PP reconduziu Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, Ribeiro e Castro defende que esta foi, até, uma questão que "marcou a atuação da direção do CDS nos últimos tempos da governação" e que "prejudicou a coesão da coligação".
Líder dos centristas entre 2005 e 2007, Ribeiro e Castro considera que mais do que as palavras utilizadas, o CDS estará agora perante as "interpretações" que se podem fazer da intervenção do ainda presidente do partido.
Defendendo que a posição manifestada por Paulo Portas desenha um cenário "negativo" no contexto português, da economia portuguesa, do Novo Banco e "do ponto de vista da leitura que é feita sobre Portugal a partir da União Europeia", Ribeiro e Castro teme agora as repercussões.
"É previsível que este seja um tema deste fim-de-semana e que role também para a semana e quem será questionado sobre ele é a direção do CDS que, das duas uma: ou confirma ou desmente ou assobia. Portanto, eu creio que era um problema dispensável", acrescentou.
Numa curta entrevista à TSF, Ribeiro e Castro refere, no entanto, que "em grande parte", o discurso de Paulo Portas, de saída da liderança, era o esperado, identificando a referência ao governador do Banco de Portugal como um "deslize de quem conduziu o partido durante tantos anos e que não resistiu a tomar posição" sobre a matéria.
"Foi um discurso de reconhecimento pelo trabalho de muitos militantes do partido e uma passagem em revista de uma longa caminhada de quase vinte anos da vida do partido (...) e, com exceção dessa parte [sobre Carlos Costa] e também à exceção da repetição da tese de que ganhámos as eleições, creio que foi um bom discurso", concluiu Ribeiro e Castro.