Pedro Nuno Santos garantiu, no entanto, que está disponível para cooperar com o Governo
Corpo do artigo
Pedro Nuno Santos subiu ao púlpito com uma mensagem: “A AD pode tudo”. Em Aveiro, o seu distrito, o secretário-geral do PS colocou toda a direita no mesmo saco e “é para combater”, mas reforçou que tem a porta aberta “à cooperação” com o Governo, já a pensar nas negociações do próximo Orçamento do Estado.
“A direita pode tudo”, repetiu Pedro Nuno Santos, dando o exemplo das “exonerações dia sim, dia não, sem explicação” e de “pessoas com capacidade reconhecida”. As advertências da Comissão Nacional de Eleições, para as publicações nas redes sociais do Governo, e as cartas enviadas a professores e pensionistas em período eleitoral, também foram mencionadas pelos socialistas.
O Governo apresenta ainda medidas sem um custo orçamental definido, acrescentou Pedro Nuno Santos, e “simula negociações com a oposição” em várias matérias, apesar de ter uma minoria que suporta o Executivo.
Resumindo: “A AD pode tudo e a oposição tem de comer e calar. Pois não será assim. Não será assim nunca connosco. Nunca connosco”, atirou Pedro Nuno Santos.
É o caso da redução do IRS, lembrou o secretário-geral socialista. A proposta socialista reduz os impostos “para três vezes mais portugueses” e foi aprovada com a abstenção do Chega. “Nós não controlamos o sentido de voto dos outros. O que queriam? Que não apresentássemos as nossas propostas porque há o risco de serem aprovadas?”, questionou.
Pedro Nuno Santos deixou, no entanto, uma mensagem para Luís Montenegro, já a pensar no próximo Orçamento do Estado, e lembrando que foi com a ajuda do PS que José Pedro Aguiar-Branco garantiu a eleições para a presidência da Assembleia da República.
“Estamos disponíveis para ser parte da solução. Temos tido esta atitude desde o início. Estamos disponíveis para cooperar”, reforçou.
Uma mensagem a pensar no Orçamento do Estado do próximo ano, que também se joga nestas europeias. Com uma vitória, o PS ganha força negocial. E para o antigo ministro Duarte Cordeiro, até António Costa serve de argumento.
“Votar nos socialistas e trabalhistas europeus é dar força à ideia que temos protagonistas fortes nas lideranças europeias, como é o caso de António Costa”, disse, numa alusão à possibilidade de o antigo primeiro-ministro presidir ao Conselho Europeu.
E, de Marta Temido, também um apelo à mobilização para que o PS esteja “completamente mobilizado, por muitos que sejam os ataques”. “Não”, atirou a candidata socialista, no sprint final da caravana, a 24 horas do final da campanha eleitoral.