“A campanha já começou.” Na Festa da Pinha, Montenegro recusa responder à polémica sobre a Spinumviva
A caravana do PSD participou numa festa popular que já tem mais de dois séculos
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A música “Deixem o Luís trabalhar” e as bandeiras laranja do PSD invadiram a Festa da Pinha. É uma iniciativa popular da aldeia de Estoi, no concelho de Faro.
A festa inicia-se sempre pela manhã, com a concentração dos participantes do desfile formado por cavaleiros trajados a rigor e por carroças, camiões e tratores vistosamente decorados. Em seguida, desfilam pela aldeia gritando alegremente “Viva Pinha” e partem em direção ao Ludo, local onde se realiza o almoço e a festa.
E foi num trator todo decorado com flores e ramagens que Luís Montenegro chegou ao local, acompanhado da mulher e da ministra do Ambiente, cabeça de lista pelo Algarve nas eleições legislativas. Veio com o tradicional lenço vermelho ao pescoço, símbolo desta festa, e Cristovão Norte, o presidente da distrital do PSD e deputado eleito pelo Algarve, foi o anfitrião. “ Vamos lá ver se o Luis sabe trabalhar”, dizia o deputado, enquanto Montenegro colocava um lenço ao candidato social-democrata à câmara de Loulé. “Tu sabes que sei”, respondia-lhe Montenegro.
Mas, entre muitos empurrões dos seguranças e membros do PSD que se acotovelaram para ficar perto do primeiro-ministro em gestão e candidato da AD, os jornalistas não conseguiram arrancar-lhe senão palavras sobre as festividades.
Sobre as declarações do deputado Hugo Carneiro que sugeriu esta quinta-feira que as autoridades judiciárias investiguem os registos telefónicos do jornalista que noticiou a nova lista de clientes da Spinumviva, Montenegro respondeu com palavras sobre a Festa da Pinha e dali não saiu.
A campanha oficialmente só começa no próximo domingo, mas esta iniciativa não podia ser mais clara. “Ah, a campanha já começou”, garantiu o primeiro-ministro. “Não há nenhuma hora oficial, independentemente daquilo que a lei prescreve, para nós estarmos em contacto com os eleitores e poder esclarecê-los, e é o que estamos a fazer”, afirmou.