"A igualdade não é um favor, é um benefício para todos nós", diz António Costa
Primeiro-ministro almoçou na residência oficial com cerca de duas de dezenas de mulheres. "Uma forma simbólica de prestar homenagem às mulheres de Portugal", afirma o chefe do Governo.
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Campeãs olímpicas, vencedoras de prémios internacionais, investigadoras de renome, líderes de grandes instituições ou referências das Forças Armadas. Em São Bento, na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa recebeu, esta sexta-feira, cerca de duas dezenas de mulheres que se destacam nas mais variadas áreas.
Naquela que foi mais uma iniciativa para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o líder do Governo destacou a necessidade de "prosseguir trajetória de crescente afirmação" das mulheres, mas lamentou que a sociedade portuguesa esteja ainda muito dependente de medidas legislativas para promover a igualdade de género.
"Quando há duas décadas foi introduzida a primeira lei da paridade [em cargos políticos] muitos diziam que era desnecessária, porque, pela natureza das coisas, a sociedade resolveria o problema. Mas, aquilo que tem sido demonstrado, infelizmente, é que são sempre necessárias medidas legislativas para assegurar os mínimos previstos na lei", disse António Costa.
Numa breve intervenção pouco antes do almoço, o primeiro-ministro sublinhou que "a dinâmica social não tem resolvido este problema" e assinalou três desafios: a erradicação de todas as formas de violência, em particular a violência doméstica e a de género; a conciliação entre a vida profissional e familiar; e o combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres.
No almoço com o primeiro-ministro, além da ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, estiveram ainda presentes figuras como a campeã olímpica Rosa Mota; Patrícia Mamona, atual atleta medalhada; a vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira; a presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriela Figueiredo Dias; ou ainda Sofia Branco, presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Um conjunto de mulheres que, segundo António Costa, reflete a "afirmação" do sexo feminino na sociedade, mas que não é sinónimo de uma mudança de "paradigma".
"Não podemos ter a ilusão que este é um percurso que está concluído e que o exemplo do sucesso destas mulheres nas suas carreiras seja já o paradigma da sociedade portuguesa. Não é. Por isso, é necessário um esforço constante e prosseguir a afirmação da igualdade em todos os domínios", disse o primeiro-ministro, que salientou que a igualdade entre homens e mulheres "não é um favor, é um benefício para todos".