Cavaco Silva condecorou pela primeira vez uma vítima das FP-25, Gaspar Castelo-Branco, diretor dos Serviços Prisionais à data da sua morte, em 1986.
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Gaspar Castelo-Branco foi agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, a título póstumo, esta segunda-feira, avançou o Observador. A cerimónia decorreu no Palácio de Belém e a família fez questão que fosse privada.
Em 1986, Gaspar Castelo-Branco era diretor dos Serviços Prisionais, e foi o único alto funcionário do Estado a ser assassinado pelas FP-25, à porta de casa, com um tiro na nuca.
Contactado pela TSF, o seu filho, Manuel Castelo-Branco, considerou que se tratou de uma "reposição da verdade e da justiça e que foi a conclusão de que a memória não prescreve, como disse o senhor Presidente da República".
A família de Gaspar Castelo-Branco insistiu numa cerimónia privada "porque é um tema que ainda dói e magoa a muita gente". Para o filho de Gaspar Castelo-Branco, "durante muito tempo as vítimas das FP-25 foram esquecidas e até ostracizadas e agora, finalmente, há uma reposição da verdade. É também uma forma de homenagear as 17 vítimas das FP-25".
Manuel Castelo-Branco confessou ainda que a família relembrou a Cavaco Silva "o choque e a dor do acontecimento e a forma traumática como o processo foi gerido, que culminou com o indulto dos operacionais e assassínos das FP-25. E finalmente na própria recuperação da carreira de Otelo Saraiva de Carvalho, que recebeu uma indemnização três vezes superior à das vítimas que assassinou".