Marisa Matias quer ser a Presidente que ajuda a meter a austeridade na gaveta e a tirar de lá a constituição. A porta voz do BE Catarina Martins esteve presente na apresentação da candidatura.
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Em cerca de 15 minutos, a candidata apoiada pelo Bloco der Esquerda elegeu como alvo principal as elites que vê personificadas em Marcelo Rebelo de Sousa e na coligação PSD/CDS à procura de desforra. Marisa Matias disse que a direita quer fazer das presidenciais "uma segunda volta das legislativas", para a partir de Belém bloquear "qualquer processo de transformação", naquela que pode ser entendida como uma referência velada ao entendimento entre o PS e as esquerdas.
A candidata diz que quer derrotar o "projeto das elites", considerando que a direita apresenta-se "com um rosto mais civilizado, com um ar mais moderno e tolerante" mas avisou "não se iludam - quem procurou fazer da televisão um trampolim ao serviço da sua desmesura estará disposto a vender tudo e o seu contrário para atingir os seus objetivos", disse Marisa Matias.
A eurodeputada do BE afirma que não tenciona fingir ser "neutra" nem "politicamente correta" e numa tirada que mereceu aplausos da sala, ironizou que parte de "uma premissa radical: chegar à PR sem a proteção do Espírito Santo"- numa alusão ao antigo banqueiro.
De Cavaco Silva diz ter sido "um divisor, uma força de bloqueio da democracia".
A candidata fechou a intervenção dizendo que vai ser preciso abrir as janelas do Palácio de Belém para que o ar fresco substitua o cheiro a bafio.
A rimar com as críticas ao atual presidente, entrada de Marisa Matias, foi marcada pela palavra de ordem improvisada, pouco antes, "Cavaco sai da frente, Marisa Presidente".