Aguiar-Branco "confiante" de que partidos vão "colocar interesse nacional acima de qualquer interesse partidário"
O líder do Parlamento sublinha que a abstenção é suficiente para que a moção de confiança apresentada pelo Governo seja viabilizada
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O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, assumiu este domingo estar "confiante" de que os partidos vão "colocar o interesse nacional acima de qualquer interesse partidário" durante a votação da moção de confiança apresentada pelo Governo, na terça-feira.
Aguiar-Branco destaca, em declarações aos jornalistas, em Matosinhos, que o "interesse nacional" imperou quando as moções de censura do Chega e PCP não foram viabilizadas e quando o Orçamento do Estado para 2025 foi aprovado. Lembra agora que o mesmo cenário pode acontecer na terça-feira, sobretudo tendo em conta que a abstenção viabilizará a moção de confiança.
"Os portugueses não desejam eleições e o superior interesse nacional exige essa avaliação do interesse nacional esteja bem presente quando for hora de votar", assinala.
O líder do Parlamento pede, por isso, "bom senso" à oposição e afirma estar "confiante" de que o interesse nacional será "prioritário" durante o debate da moção de confiança.
"Eu acredito que o superior interesse nacional, na hora da sua votação, seja prioritário, tal como também foi nas moções de censura e como aconteceu no Orçamento do Estado", confessa.
Esclarece ainda que o interesse nacional é precisamente que o "Governo possa continuar a governar". Reconhece, contudo, que em "democracia não há impasses" e, por isso, a realização de eleições é sempre a "alternativa que existe".
Os portugueses "não querem instabilidade", diz, sublinhando que "está nas mãos dos partidos", na hora da votação da moção de confiança, "colocar o interesse nacional acima de qualquer interesse partidário",
Sobre a possibilidade de o Executivo recuar na moção de confiança, tal como pediu o líder do PS, Aguiar-Branco afasta essa possibilidade e lembra que, tal como foi "considerado normal" que os partidos apresentassem moções de censura e, mais tarde, "desafiassem" o Governo a apresentar a moção de confiança, também é "normal" que o Executivo avance com "essa prerrogativa".
"Acredito, e por isso é que estamos a 48h de a moção ser deliberada no Parlamento, que haja processo de reflexão e recolocar o interesse nacional à frente de qualquer interesse partidário", remata.