"Ainda bem que Amaro da Costa e Freitas do Amaral não estão vivos para ver a desgraça em que o CDS se tornou”
Basílio Horta diz que os democratas-cristãos “só podem votar no Partido Socialista, mesmo não sendo socialistas” e realçou a "incompetência", que salienta ser “transversal a todo o Governo”
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O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, apontou esta terça-feira "à desgraça em que o CDS se tornou", apelou ao voto dos democratas-cristãos no PS e acusou o Governo de incompetência durante o apagão.
“Ainda bem que o Adelino Amaro da Costa e o Diogo [Freitas do Amaral] não estão vivos para ver a desgraça em que o CDS se tornou”, afirmou o autarca eleito pelo PS e um dos fundadores do CDS durante um almoço no quartel dos bombeiros de Queluz, em Sintra, a propósito de uma eventual coligação entre a AD e a IL.
Durante o discurso, Basílio Horta disse ainda que os democratas-cristãos “só podem votar no Partido Socialista, mesmo não sendo socialistas” e realçou a "incompetência”, que salientou ser “transversal a todo o Governo”.
“É o caso que aconteceu no último apagão. Não tivemos um aviso, uma coordenação, não tivemos uma sugestão, se nós, Sintra, e os outros concelhos, não tivessem atuado por si, teríamos uma desgraça nacional”, salientou.
Mas, além da incompetência do Governo, o autarca disse haver um “problema muito sério a nível de Portugal” e que é o facto da AD, que “por si já tem uma grande parte de um liberalismo serôdio”, querer “ir mais longe e mais fundo” com uma aliança com a IL.
Nesta intervenção, Basílio Horta chamou por algumas vezes “Intervenção Liberal” à IL e dirigiu-se a Pedro Nuno Santos como “primeiro-ministro”.
“É mais do que explosivo, senhor secretário-geral. E é absolutamente inconcebível que o primeiro-ministro, aflito, venha dizer que são boatos. A mentira completa”, referiu, considerando que, assim, deu continuidade “à senda de pouco esclarecimento e de penumbra que rodeia a sua atividade política”.
Basílio Hora referiu ainda que Pedro Nuno Santos, nestas eleições, representa também “todos aqueles que não entendem a democracia sem direitos sociais”.
“Se eu ainda me recordo, não pode haver um único democrata-cristão em Portugal que seja democrata-cristão e que bom que é agora ouvir Leão XIV querer reformar a doutrina social da Igreja em função daquilo que é a desumanização provável da inteligência artificial, que bom que é ouvi-lo dizer isso, mas dizia-lhe, não há um único democrata-cristão que possa aceitar isto. Só podem votar no PS, mesmo não sendo socialistas”, defendeu.
O autarca recordou ainda o antigo Presidente da República Jorge Sampaio para falar de “ética republicana”.
“Nós temos de ter um Governo que respeite a ética republicana. Todos nós sabemos que os governantes têm um passado, com certeza são advogados, são negociantes, claro que sim, não podem é transmitir esse passado quando exercem funções políticas. Isso é que não e quando há dúvidas sobre isso, têm que esclarecer até à última”, sublinhou.
