Alberto Arons de Carvalho: "Há um conjunto de direitos que não podem ser perdidos e isso é uma obrigação"

Alberto Arons de Carvalho juntou-se a Mário Soares em 1969 como candidato da oposição ao Estado Novo à Assembleia Nacional e, quatro anos depois, foi um dos fundadores do Partido Socialista. Passados 50 anos de ter sido eleito para a Assembleia Constituinte, vê no voto uma "obrigação" para o povo manter os direitos essenciais.

"Nos dias de hoje, com o panorama internacional e também nacional que nós vemos, [temos] uma obrigação também de evitar que se volte para trás e que se volte a ter o regime que existia em Portugal antes do 25 de Abril", considera o antigo parlamentar em entrevista à TSF.

Arons de Carvalho esteve na Assembleia da República entre 1976 e 1983 e entre 1987 e 2009, tendo passado pelo Governo, como secretário de Estado da Comunicação Social, pela mão de António Guterres. E a liberdade de imprensa é um dos tais direitos que o país deve preservar.

"Ausência de liberdade de expressão, ausência de liberdade da comunicação social, ausência de partidos políticos que as pessoas podiam escolher, apoiar ou votar, além dos direitos sociais, laborais. Há todo um conjunto de direitos que não podem ser perdidos e isso é uma obrigação. Constitui, na prática, um incentivo ou deveria constituir um incentivo a que todos votássemos", defende o antigo deputado socialista, rejeitando a ideia de recuar no tempo para o que havia antes da Revolução dos Cravos.

Depois de uma revolução quase sem sangue, Portugal está há 50 anos a utilizar a arma mais forte que o povo tem: o voto. A TSF convida 25 personalidades a falarem sobre a importância da participação dos eleitores. Para ouvir todos os dias na antena da TSF de manhã, à tarde e à noite, e a qualquer hora em tsf.pt