Albuquerque assume vitória "clara e inequívoca". PS diz que "é possível mudança no governo" e vai falar com outros partidos
Eram necessários 24 mandatos para garantir a maioria absoluta na Assembleia Regional, mas o PSD/Madeira ficou pelos 19
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O cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições regionais na Madeira, Roberto Almada, garantiu que, embora fora do Parlamento, o partido vai estar "todos os dias nas ruas junto das pessoas".
"O BE não estará no Parlamento, mas estará todos os dias nas ruas junto das pessoas. O BE é um partido que se fez na rua", afirmou o candidato, na sede do partido, no Funchal, em reação aos resultados da votação deste domingo, na qual o BE perdeu o único deputado que tinha, deixando assim de estar representado no Parlamento Regional.
O cabeça de lista do BE disse que o partido reagia com um misto de tristeza e naturalidade à saída do Parlamento, mas lembrou que é a terceira vez que acontece e que os bloquistas voltaram sempre a reconquistar a representatividade na Assembleia Legislativa Regional. "Havemos de voltar", garantiu o ex-deputado regional.
Roberto Almada disse ainda que a prioridade agora são as eleições europeias, no dia 9 de junho, nas quais o partido se vai concentrar, a partir de terça-feira.
Pedro Nuno Santos quer "encontrar uma solução de governabilidade no quadro fragmentado" para garantir estabilidade política à região. E refere: o PS “continua a ser uma força incontornável na vida democrática da Madeira.”
Sobre acordos pós-eleitorais, refere que "à direita é confusão na Madeira e na Assembleia da República, que apesar de maioritária, é incapaz de construir uma solução de Governo". "A vontade popular é a configuração parlamentar que consegue uma maioria."
Quem tem de encontrar soluções de governabilidade é quem ganha e isso não se consegue com "arrogância", diz o líder socialista.
O líder do CDS-PP, Nuno Melo, afirma que o partido "elege sozinho como elege em coligação" e deixa um recado a Paulo Cafôfo.
"Paulo Cafôfo devia estar a pensar na derrota que teve. Houve quem tenha ganho eleições (...) O CDS vê em Miguel Albuquerque o líder do partido que venceu as eleições", disse o líder nacional do partido.
Quanto ao candidato madeirense do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, não fecha a porta a entendimentos com o PS: "Não queremos acordos de governo com ninguém. Estamos dispostos a entendimentos parlamentares com todos para contribuir para a governabilidade e para a estabilidade política."
O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, assumiu este domingo que não está "especialmente feliz" com os resultados na Madeira e avisa o PS que não haverá acordo.
"O conselho que dou é que Paulo Cafôfo não perca tempo connosco", disse o líder liberal, depois de o socialista ter dito que iria falar com os outros partidos eleitos, com exceção de PSD e Chega, para tirar os social-democratas do poder.
"Não é uma eleição em que estejamos especialmente felizes, mas registamos a nossa consolidação no parlamento regional", assumiu Rui Rocha.
O secretário-geral do PCP assumiu não ficar satisfeito com a perda de representação parlamentar na Madeira, considerando que esse será o fator "que pesará mais negativamente na vida política" da região. "A perda de representação parlamentar da CDU é o fator que pesará mais negativamente na vida política da região, e em particular no que toca à defesa dos interesses do povo e dos trabalhadores da região", afirmou Paulo Raimundo numa declaração na sede nacional do PCP, em Lisboa.
Para o líder comunista, pesaram no resultado da CDU "fatores de dispersão relativos àquilo que estava em causa nas próprias eleições regionais, as circunstâncias em que as eleições se realizaram" - com a dissolução da assembleia regional e a convocação de eleições por parte do Presidente da República -, que fizeram com que "aspetos associados à dissolução" se tenham sobreposto à apreciação política.
"Essas circunstâncias foram aproveitadas pelo PSD para se vitimizar, travando dessa forma uma descida ainda mais significativa do que aquela que ocorreu, e foram também aproveitadas por outras forças políticas para empolar artificialmente diferenças e ocultar convergências que têm de facto com a política que esteve e que está em curso", sustentou.
Com 100% dos votos contados, a CDU obteve 1,63% dos votos nas eleições regionais na Madeira, não conseguindo eleger qualquer deputado.
Nas últimas eleições da Madeira, em setembro de 2023, a CDU tinha obtido 2,72% dos votos, um aumento relativamente a 2019, em que tinha obtido 1,80%, o que lhe permitiu manter o deputado que tinha na Assembleia Legislativa Regional.
Esta é a primeira vez desde 1988 em que a CDU não consegue eleger um deputado para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira.
O candidato do Juntos Pelo Povo, Élvio Sousa, congratula-se pelo resultado do partido nas eleições regionais da Madeira e rejeita que tenha feito campanha para se coligar com o PS.
"A política não é para servir amigos. É para servir os madeirenses e portossantenses", afirma o candidato do JPP, garantindo que este domingo não irá atender nenhuma chamada, porque "a noite é sempre a melhor conselheira".
Élvio Sousa afirma que o "PSD está fora da equação", mas também diz que "não ouviu nenhum partido a concordar com a agenda reformista do JPP".
"Vamos ler os resultados com serenidade. Hoje é para festejar os resultados. A Madeira não vai ficar ingovernável pela nossa posição", garante Élvio Sousa.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, reconheceu que o partido teve um "mau resultado" nas eleições regionais na Madeira, ao perder a sua representação, e considerou que a região está perante um "cenário de instabilidade".
A coordenadora bloquista falava aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa, considerando que após o sufrágio na Madeira, a região está perante um "cenário de enorme instabilidade" governativa.
A líder bloquista cumprimentou o Juntos Pelo Povo (JPP) pelo seu crescimento e lamentou o que classificou como uma "derrota para a esquerda", depois de BE e CDU (coligação que junta PCP e Partido Ecologista "Os Verdes") terem perdido a sua representação na Assembleia Legislativa Regional da Madeira.
"É a primeira vez no parlamento regional [da Madeira] que os partidos à esquerda do PS não têm qualquer representação parlamentar", salientou, acrescentando que tal deve "obviamente motivar uma reflexão".
Rejeitando fazer leituras nacionais de um resultado regional, Mariana Mortágua considerou que o BE fez "uma campanha combativa" e garantiu que o partido vai "continuar a lutar e trabalhar para construir esta alternativa política na região autónoma da Madeira".
"O BE está empenhado em continuar a trabalhar e a assumir-se como uma alternativa porque sabemos que ela é necessária. É tão necessário lutar pela habitação, pela transparência, contra a corrupção, sempre o fizemos e continuaremos a fazê-lo certamente com a mesma determinação que fizemos até aqui", assegurou.
Luís Montenegro sublinha que "os madeirenses escolheram com clareza e escolheram duas vezes no espaço de oito meses a mesma força política e o mesmo candidato". O primeiro-ministro felicita, assim, Miguel Albuquerque e o PSD/Madeira.
"Nem o PS nem o Chega têm condições para para assumir a liderança do Governo Regional", realçou ainda, acrescentando: "Aquilo que se espera é não andar em eleições de meio em meio ano. O que é preciso é que haja condições para os que ganharam possam executar o seu programa."
Questionado sobre se Albuquerque tem condições para governar, Montenegro responde: "Sinceramente, pedir a alguém que ganhou as eleições que se demita?"
"Quem ganha deve governar e aqueles que perdem as eleições também devem assumir a sua responsabilidade perante a vontade dos eleitores", diz.
O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, considera que o PSD não tem condições para liderar a região autónoma e diz que é possível haver um governo regional que não inclua os sociais-democratas.
"Estes resultados demonstram que é possível uma mudança de governo na Região Autónoma da Madeira. PS e JPP elegem mais deputados do que o PSD", diz o líder regional socialista.
Paulo Cafôfo enfatiza: "O PSD não tem condições para liderar um governo estável."
Assim, "o PS está disposto a encetar um diálogo com os partidos eleitos, excetuando o PSD e o Chega, para que possa virar a página na região", anunciou o líder do PS/Madeira.
Questionado como é que pode governar com 20 deputados (são necessários 24 para a maioria absoluta), os eleitos pelo PS e pelo JPP, Paulo Cafôfo responde que o "PSD tem 19".
André Ventura, líder do Chega, diz que o seu partido não fará coligações com PSD/Madeira.
"Miguel Albuquerque não tem condições para estar à frente do Governo regional", afirma, desafiando o PSD/Madeira a escolher outro nome para liderar o Executivo regional.
A contagem de votos terminou na Madeira com a presumível vitória do PSD/Madeira sem maioria absoluta.
PSD: 36,13% - 19 mandatos
PS: 21,32% - 11 mandatos
JPP: 16,89% - 9 mandatos
Chega: 9,23% - 4 mandatos
CDS-PP: 3,96% - 2 mandatos
IL: 2,56% - 1 mandato
PAN: 1,86% - 1 mandato
CDU: 1,63% - 0 mandatos
BE: 1,41% - 0 mandatos
"O PSD/Madeira ganhou de forma clara e inequívoca, esquerda foi copiosamente derrotada", começa por dizer Miguel Albuquerque, que vence estas eleições regionais. "Agradeço de coração."
"A esquerda saiu derrotada pelo povo madeirense", afirma, assinalando que tem uma diferença de 20 mil votos e oito mandatos em relação ao PS/Madeira, encabeçado por Paulo Cafôfo.
"Os resultados são fáceis de interpretar: nós somos o partido que foi escolhido pelo povo madeirense para governar. Estamos disponíveis para encetar aquilo que a população precisa, que é um Governo com estabilidade que aprove o orçamento e o programa de governo até ao mês de julho", disse quando questionado sobre com quem se vai sentar na mesa das negociações para formar Governo. Mas deixa uma certeza: "Obviamente o PS, neste momento, não é nenhuma solução."
Com foco na estabilidade governativa, diz que estão "disponíveis para dialogar com os partidos num quadro de responsabilidade". E acrescentou: "Isto não é um negócio."
Ainda sobre o tema das possíveis coligações, sublinhou que "todos os partidos que disseram que não é não desapareceram [do Parlamento regional]", numa referência ao Bloco de Esquerda e à CDU.
O PS/Madeira vence em Machico, com 33,61% dos votos. É a primeira vitória socialista da noite.
O PSD/Madeira consegue 33,40% dos votos e o JPP alcança 14,93%.
Por esta altura da noite eleitoral, a nível regional, o PSD/Madeira vence com 36,98% dos votos. Elege 11 mandatos.
Segue-se o PS com 20,88%, o que equivale a seis mandatos. O JPP é a terceira força política da região, com 17,42%, ou seja, cinco mandatos.
Numa altura em que só falta saber os resultados do Funchal, o Chega tem dois mandatos e o CDS-PP um.
Santa Cruz pinta de verde um mapa laranja. O Juntos pelo Povo vence com 33,83% dos votos. É o primeiro concelho dos até agora apurados onde o PSD/Madeira não ganha.
Neste concelho, o PSD/Madeira conquista 26,85% e, por sua vez, o PS/Madeira alcança 15,96%.
O PSD/Madeira volta a alcançar mais de 40% dos votos em Câmara de Lobos.
O PS/Madeira tem 17,47% dos votos e o JPP alcança 12,40% dos votos.
Estão 9 dos 11 concelhos da Madeira já apurados.
Em Santana, o PSD/Madeira surge com 40,22% dos votos e o PS/Madeira com 19,20%.
Neste concelho, o CDS-PP é a terceira força política mais votada: consegue 13,71% dos votos. É o único concelho dos até agora apurados que coloca o CDS-PP no terceiro lugar.
O PSD/Madeira consegue 51,78% dos votos na Calheta, onde 3417 eleitores votaram nesta força política.
Com 12,82% dos votos, o PS/Madeira surge em segundo lugar.
A diferença entre o PS/Madeira e o JPP, a terceira força política mais votada na Calheta, é de pouco mais de um 1%. O JPP consegue 11,12%.
Com 44,54% dos votos, o PSD/Madeira vence na Ribeira Brava. O PS/Madeira tem 17,57% dos votos e o JPP tem 11,72% dos votos.
No concelho de São Vicente, o PSD/Madeira alcança 46,77% dos votos, um total de 1324 votos.
Com 20,35%, está o PS/Madeira. O JPP consegue 10,67%.
O PSD/Madeira vence também na Ponta de Sol. Teve 2401 votos, o que equivale a 49,71%.
O PS/Madeira surge em segundo lugar com 20,93%. A nível de votos, teve 1011: são mais de mil votos de diferença em relação ao PSD/Madeira.
O JPP é a terceira força política do concelho nestas eleições, surgindo com uma percentagem de 11,99%.
Dos quatro concelhos até agora apurados (Porto Moniz, São Vicente, Porto Santo e Ponta de Sol), em todos o PSD/Madeira alcançou mais de 40% dos votos.
"Há uma clara vontade de mudança" entre os madeirenses. Quem o diz é Vítor Freitas, líder parlamentar do PS/Madeira.
Admitindo que só "lá mais para o final da noite é que se vai saber que caminhos vai a Madeira trilhar", o socialista afirma que tanto "pode existir uma maioria à esquerda" como "pode existir uma maioria à direita".
O ex-presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim considerou este domingo que o Juntos Pelo Povo (JPP) é "o grande vencedor" das eleições no arquipélago, que "precisa" de um governo maioritário.
Comentando a projeção dos resultados das eleições regionais antecipadas, na RTP-Madeira, o social-democrata defendeu que "a Madeira está acima dos partidos e precisa de estabilidade". Questionado sobre a hipótese de se formar um governo minoritário, Alberto João Jardim respondeu: "A Madeira não pode andar a brincar ao cai Governo."
A opção por um Governo minoritário "pode" acontecer, "mas não dura tempo", antecipou, alertando para as "enormes repercussões" dessa solução na "confiança do mercado".
Na leitura do antigo líder madeirense, o resultado do PSD - que, segundo a projeção, venceu as legislativas regionais, com 33% a 38% dos votos (entre 16 e 21 mandatos), falhando a maioria absoluta - beneficiou da "boa situação da economia e do emprego" na região, da "qualidade de vida" na ilha e de "o madeirense não arriscar muito". Além disso, sentenciou, "o PS fez uma campanha fraquíssima".
Já contra si o PSD - que sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições, entre 1976 e 2015 - tinha "o que se passou internamente", realçou.
Alberto João Jardim disse ainda que não gostava de ver "nem a extrema-direita, nem a extrema-esquerda no governo". Falando concretamente sobre o Chega, frisou que o recurso a esse partido só deve ser feito pelo PSD "a não ser que não haja outro remédio".
Com 49,23%, o PSD/Madeira vence no Porto Moniz. Segue-se o PS/Madeira, com 36,94% dos votos. Em terceiro lugar, está o JPP com apenas 3,95%.
O PSD era, às 20h00, a força política mais votada nas eleições regionais deste domingo na Madeira, com 45,69% dos votos e um deputado, quando estavam apurados os resultados provisórios em 17 das 54 freguesias.
O PS era o segundo partido mais votado, com 23,83%, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
Também no Porto Santo vence o PSD/Madeira, com 41,81% dos votos.
O PS/Madeira surge em segundo lugar, com 28,68%.
Com 9,77%, o Chega ocupa a terceira posição, contrariando assim o que aconteceu no Porto Moniz e em São Vicente, onde o terceiro lugar é ocupado pelo JPP.
O conselheiro do PSD/Madeira, Jorge Carvalho, reagiu à sondagem à boca das urnas: "O PSD é o partido vencedor, é o partido em quem os madeirenses confiam. Pelos dados que foi possível observar, há uma maioria significatiava à direita."
O também secretário regional da Educação salientou ainda que "cabe ao PSD encontrar um processo de estabilidade da região".
Segundo o Diário de Notícias da Madeira, "a projeção causou algum silêncio na sede do PSD, onde as atenções se dividem entre os resultados eleitorais e a final da Taça de Portugal em futebol".
A projeção da RTP e da Universidade Católica dá vitória ao PSD/Madeira, com a eleição entre 16 a 21 deputados.
Em segundo lugar, encontra-se o Partido Socialista, encabeçado por Paulo Cafôfo, com a eleição entre 11 a 14 mandatos. Em terceiro lugar, está o Juntos pelo Povo, que tem entre 7 a 10 deputados, segundo a sondagem da RTP e da Universidade Católica.
Nenhum partido tem maioria absoluta. São necessários 24 mandatos para garantir a maioria absoluta no Parlamento, que tem um total de 47 assentos.
Veja os resultados completos:
PSD: 33 a 38% (16 a 21 mandatos)
PS: 21 a 25% (11 a 14 mandatos)
JPP: 16 a 19% (7 a 10)
CH: 8 a 11% (3 a 5)
CDS: 2 a 5% (1 a 2)
IL: 1 a 3% (1 a 1)
PAN: 1 a 3% (0 a 1)
BE: 1 a 3% (0 a 1)
CDU: 1 a 3% (0 a 1)
O cabeça de lista do CDS-PP às eleições antecipadas que decorrem este domingo na Madeira, José Manuel Rodrigues, considerou este sufrágio "o mais importante" para os madeirenses, apelando para que votem com responsabilidade para resolver a crise política nas região.
"Estas são as eleições mais importantes para os madeirenses e porto-santenses", disse o também líder do CDS-PP/Madeira à agência Lusa após ter votado na mesa da Câmara Municipal do Funchal.
Salientando que o voto "para além do direito é também um dever", José Manuel Rodrigues, que foi presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019, sustentou que os madeirenses devem votar "com sentido de responsabilidade".
A abstenção nas legislativas regionais deste domingo na Madeira deverá situar-se entre 44% e 49%, segundo uma estimativa do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, divulgada pela RTP às 18h30.
A estimativa foi calculada com base nos resultados da participação eleitoral às 16h00 indicados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
De acordo com dados divulgados anteriormente pela SGMAI, a afluência dos eleitores era de 40,52% até às 16h00, ligeiramente acima da verificada em 2023, nas legislativas regionais anteriores (39,9%).
A abstenção acabou por ficar nos 46,65% no ano passado e nos 44,5% em 2019.
Em 2015, com uma taxa de abstenção de 50,42%, bateu-se o recorde desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.
As eleições legislativas regionais na Madeira registaram, até às 16h00, uma afluência às urnas de 40,52%, semelhante à verificada em 2023, de acordo com os dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.
Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 39,9% até à mesma hora, também muito próxima dos 40,79% registados em 2019.
A abstenção acabou por ficar nos 46,65% no ano passado e nos 44,5% em 2019
Está a haver uma menor participações nestas eleições na Madeira em relação às últimas, realizadas em setembro do ano passado. O diretor da TSF Madeira e do Diário de Notícias da Madeira, Ricardo Miguel Oliveira, acredita que essa descida é causada por dois fatores.
"Um fator que pode explicar essa ligeira descida da afluência pode ter a ver com as condições atmosféricas da ilha onde chove, sobretudo na costa norte, com reflexos pontuais nesses decréscimos que rondam, em alguns concelhos, os dois pontos percentuais face a setembro passado. Mas, como referiram alguns dos cabeças de lista que já votaram, há aqui também um outro dado que importa adicionar e que pode explicar o ligeiro decréscimo, que tem a ver com algum desgaste do eleitorado. Quatro sufrágios no espaço de nove meses e é preciso ver que daqui a 15 dias estamos novamente a votar. É demais para alguns e, provavelmente, isso pode ditar uma ligeira subida da abstenção", explicou à TSF Ricardo Miguel Oliveira.
A Comissão Nacional de Eleições avançou este domingo que as eleições regionais da Madeira estão a decorrer "normalmente" e que o organismo só recebeu "alguns pedidos de esclarecimento" sobre propaganda perto de mesas eleitorais.
Contactado cerca das 12h30, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio disse à Lusa que o ato eleitoral "decorre normalmente, sem reporte de incidentes".
"Não há nada de relevante. O ato está a decorrer normalmente. Houve alguns pedidos de esclarecimento, mas são poucos e dizem respeito a alguma propaganda que fique perto das mesas eleitorais", adiantou.
As eleições legislativas regionais na Madeira registaram hoje, até às 12:00, uma afluência às urnas de 20,22%, semelhante à verificada em 2023, de acordo com os dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna
Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 20,98% até à mesma hora, muito próxima dos 20,97% registados em 2019.
A abstenção acabou por ficar nos 46,65% no ano passado e nos 44,5% em 2019. Em 2015, com uma taxa de abstenção de 50,42%, bateu-se o recorde desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.
O líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, garante não ter conversado, nos últimos dias, com outras forças políticas e afirmou que só depois de conhecer os resultados é que se perceberá que acordos podem ser feitos. Espera também que o arquipélago não caia numa situação de ingovernabilidade.
"Que a Madeira fique, à semelhança do que acontece no país, sujeita às contingências da ingovernabilidade e essas contingências levam à falta de confiança, ao adiamento de decisões, levam ao adiamento de investimentos e levam, sobretudo, depois à regressão económica e social. Nós estamos neste momento com um crescimento ímpar em todos os setores da nossa economia, temos pleno emprego, temos um conjunto de investimentos em curso muito importantes e essa situação de ingovernabilidade gera instabilidade, gera desconfiança e, por consequência, gera um aumento da incerteza", explicou Miguel Albuquerque.
O líder do Partido Socialista na Madeira, Paulo Cafôfo, diz que o voto nunca foi tão importante como hoje.
"Estas são, na história da autonomia, as eleições mais importantes pelo contexto em que se realizam e pelos desafios que temos pela frente. O PS até hoje nunca governou esta região. A decisão é sempre respeitar o que o povo quer, mas estou muito confiante de que hoje será um dia bonito para a nossa região e autonomia", acredita Paulo Cafôfo.
As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem este domingo, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar e 14 candidaturas se apresentam para formar um novo parlamento e um novo governo.
Em disputa nas eleições, com um círculo único, estão 47 lugares da Assembleia Legislativa Regional e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, estão recenseados para votar 254 522 eleitores, dos quais 249 075 na ilha da Madeira e 5447 na ilha de Porto Santo.
As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago estarão abertas entre as 08h00 e as 19h00.
Na corrida estão uma coligação e 13 partidos únicos. Em relação às eleições regionais de 2023, a única diferença em termos de partidos concorrentes é o facto de PSD e CDS-PP (que governaram juntos nas duas últimas legislaturas) se apresentarem em listas distintas, quando no ano passado foram a votos coligados.
O sorteio da ordem no boletim de voto colocou o Alternativa Democrática Nacional (ADN) em primeiro lugar, seguindo-se Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), CDU - Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), Chega (CH), CDS - Partido Popular (CDS-PP), Partido da Terra (MPT), Partido Social-Democrata (PPD/PSD), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Trabalhista Português (PTP) e Juntos Pelo Povo (JPP).
Encabeçam as candidaturas Miguel Pita (ADN), Roberto Almada (BE), Paulo Cafôfo (PS), Marta Sofia (Livre), Nuno Morna (IL), (Liana Reis) RIR, Edgar Silva (CDU - PCP/PEV), Miguel Castro (Chega), José Manuel Rodrigues (CDS-PP), Válter Rodrigues (MPT), Miguel Albuquerque (PSD), Mónica Freitas (PAN), Raquel Coelho (PTP) e Élvio Sousa (JPP).
As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
O executivo está desde então em gestão. Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.
O PSD sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições, entre 1976 e 2015. Em 2019, o partido fez um acordo pós-eleitoral com o CDS-PP e, em 2023, quando já tinham concorrido coligados mas não alcançaram a maioria absoluta, os sociais-democratas assinaram um entendimento de incidência parlamentar com o PAN para conseguir a maioria absoluta.
Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na anterior legislatura.
Estas são as terceiras regionais antecipadas na história da democracia madeirense.
O cabeça de lista do JPP às eleições regionais da Madeira, Élvio Sousa, lembrou este domingo que o direito ao voto "custou muito a conquistar", defendendo que a responsabilidade e consciência de cada um não devem ser delegadas nos outros.
"Normalmente este tipo de chuva miudinha traz alegrias e traz alguma frescura", antecipou Élvio Sousa, em declarações aos jornalistas, num centro paroquial, na freguesia de Gaula, depois de ter exercido o seu voto.
O secretário-geral do Juntos pelo Povo e líder parlamentar na Assembleia Legislativa Regional sublinhou que, numa altura em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, é importante lembrar "que custou muito a conquistar o voto, sobretudo votar em consciência, em tranquilidade".
O cabeça de lista do Chega às eleições regionais da Madeira apelou este domingo para a participação dos madeirenses neste ato eleitoral, em oposição à abstenção, sublinhando que é através do voto que se decidirá o futuro político da região.
"Acho que é fundamental virem votar, é fundamental virem escolher o que querem para o vosso futuro, porque é através do voto que as pessoas escolherão realmente o futuro político da Madeira. E esperemos que, desta vez, saia daqui uma equação que dê realmente um governo estável à Madeira", afirmou o cabeça de lista e líder regional do Chega, Miguel Castro.
O candidato às eleições regionais deste domingo falava aos jornalistas pelas 11h30 à entrada da sua secção de voto na Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes, na freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, onde surgiu acompanhado da sua mulher e da sua filha.
O cabeça de lista da IL às eleições regionais da Madeira, Nuno Morna, considerou este domingo que a abstenção deve preocupar toda a gente, realçando que o partido tudo fez para convencer os eleitores de que estas são eleições especiais.
"A abstenção é sempre um fator que preocupa e deve preocupar todas as pessoas, inclusivamente aqueles que exercem esse direito, porque também é um direito que as pessoas têm de não votar. Nós tudo fizemos para convencer as pessoas de que estão são eleições muito especiais e muito particulares, no sentido em que podem proporcionar mudanças significativas no espetro político regional", afirmou Nuno Morna, em declarações aos jornalistas.
O cabeça de lista e coordenador regional da IL falava na Escola da Vargem, no Caniço, concelho de Santa Cruz, depois de ter exercido o seu voto, às 10h45.
O cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições regionais na Madeira, Roberto Almada, apelou este domingo a que os madeirenses "acorram às urnas" e "não deixem" a abstenção vencer, lembrando a importância para o futuro da região.
"O que eu espero também enquanto eleitor é que as pessoas acorram às urnas e não deixem que seja a abstenção a vencer este ato eleitoral que é importantíssimo para o futuro da Madeira e dos madeirenses", disse o cabeça de lista do BE.
Roberto Almada falava à Lusa, via telefone, depois de votar numa secção de voto da freguesia de São Martinho, instalada na Universidade Sénior, no Funchal.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, admitiu estar preocupado com a abstenção nas eleições regionais que decorrem este domingo e adiantou estar "preparado para todos os cenários".
O juiz conselheiro referiu esperar que estas eleições antecipadas resolvam a crise política gerada com a demissão do presidente do Governo Regional (PSD/CDS), o social-democrata Miguel Albuquerque na sequência da investigação judicial relacionada com suspeitas de corrupção, em janeiro, que resultou em ser constituído arguido.
"Espero que sim, por isso é que fazemos eleições", respondeu quando questionado sobre a situação.
A cabeça de lista do PAN às eleições regionais da Madeira, Mónica Freitas, apelou este domingo ao voto, argumentando que o futuro da região é responsabilidade de cada cidadão, e espera ser reeleita deputada.
"Deixo esse apelo, todas as pessoas que vão votar, porque é responsabilidade de todos nós o resultado desta noite e é importante que todos nos sintamos envolvidos nas decisões políticas e em quem queremos que nos represente na Assembleia Legislativa Regional", afirmou Mónica Freitas, em declarações aos jornalistas, depois de exercer o seu voto, na Escola das Figueirinhas, na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, cerca das 10h00.
A também porta-voz do PAN/Madeira, que foi eleita deputada única nas regionais de setembro do ano passado, considerou que "desta vez as pessoas também estão mais alertas e conscientes para a importância do seu voto, a importância que isso terá para o rumo e para o futuro da região".
O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) na Madeira, Edgar Silva, mostrou-se este sábado confiante naquela que considera ser uma etapa "para mais e melhor democracia" na região.
"Aqui nesta escola, que tem muita participação, ainda é cedo para ter indicadores acerca da mobilização das pessoas para a participação ativa no ato eleitoral, mas eu estou confiante que esta será uma importante etapa, nesta região, para que possamos ter mais e melhor democracia", disse Edgar Silva.
Edgar Silva falava à Lusa depois de votar numa secção de voto da freguesia de Santa Luzia, instalada na Escola Secundária Francisco Franco, no centro do Funchal.
As urnas das eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira abriram este domingo no arquipélago às 08h00, encerrando às 19h00.
De acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI), estão inscritos 254 522 eleitores, dos quais 249 075 na ilha da Madeira e 5447 na ilha do Porto Santo.
Relativamente às eleições de setembro de 2023, estão inscritos mais 645 eleitores. Nas eleições de 24 de setembro, a abstenção foi de 46,65%, tendo votado 135 446 eleitores (53,35%).
