Albuquerque está demitido, mas lidera governo de gestão até escolha de sucessor
A demissão do cargo foi formalizada numa reunião com o representante da República na Madeira, Ireneu Barreto.
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O presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, confirmou esta segunda-feira em declarações aos jornalistas que está demitido, mas vai manter-se à frente do executivo, que fica em gestão, "enquanto não houver substituição".
"Apresentei a minha demissão ao senhor representante da República, essa demissão foi aceite, será publicada hoje", confirmou, comentando que cabe agora ao representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, ouvir os partidos para decidir que rumo dar à governação da ilha.
"É importante que isso aconteça porque nós vivemos num Estado de Direito democrático e isso significa que as instituições têm uma relevância nestes processos mais conturbados", notou Albuquerque, que se demitiu após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O nome do seu sucessor, apontou, será "apresentado na altura própria", pelo que quer focar-se em governar, até porque a haver eleições antecipadas, "serão lá para o verão".
"Fico num governo de gestão enquanto não houver substituição do presidente do Governo", referiu.
"É bom termos noção do que estamos a falar, nós temos de continuar a governar a região porque isto agora não é uma questão de querermos eleições já, não é possível o Presidente da República antes do dia 24 dissolver a assembleia", assinalou Albuquerque.
Assim, "a região fica sem um orçamento e sem um governo durante este tempo todo, o que não é possível" e traz, avisa, "graves prejuízos à vivência económica e social dos madeirenses".
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.