O Congresso Nacional do PS foi alvo de escrutínio no programa "O Princípio da Incerteza".
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No programa "O Princípio da Incerteza", da TSF e CNN Portugal, a deputada e ex-ministra socialista Alexandra Leitão respondeu à acusação de Luís Montenegro, que disse não ter ouvido uma única referência ao estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Congresso Nacional do PS.
"Eu percebo que [Luís Montenegro] só tenho visto, ou se calhar alguém lhe disse, aquilo que foram as intervenções do secretário-geral [do PS], que, aliás, falou abundantemente isso. Mas houve muitas, muitas outras intervenções sobre o SNS", aponta Alexandra Leitão.
"Em contrapartida, no evento de lançamento da AD falou-se muito de SNS. E o mantra novo para o SNS é um mantra que Miguel Guimarães lançou, aqui, neste estúdio, em julho de 2022, e que foi 'se este SNS fosse uma empresa privada, já tinha dado falência'. Se este é o mantra que vão adotar não percebem nada do que é o SNS", condena.
Alexandra Leitão defende que o SNS "não é para dar lucro, se não não tratava pessoas acima de certa idade, se não não tratava certo tipo de doenças, se não tratava aquelas doenças que os privados não querem tratar, porque exatamente não dão lucro".
"Há uma tentativa de puxar o novo secretário-geral do Partido Socialista para ruturas, para sangue, para romper e para dizer mal. Mas isso é uma armadilha em que ele nunca cairá".
Já António Lobo Xavier não tem dúvidas que este foi o congresso de António Costa. Para o centrista, o ex-secretário-geral do PS roubou todas as atenções, ao apresentar-se com uma retórica de herói que foi derrotado por um vilão.
"António Costa condicionou brutalmente o congresso do PS, criando uma narrativa que se sobrepôs à própria personalidade e ao próprio discurso de Pedro Nuno Santos, e fingindo que não. Fingindo, com a sua condescendência e aquela bonomia que vimos nas imagens (...) uma narrativa que se impôs à própria novidade", atira.
"A narrativa foi de que ele, autor e dono de um legado absolutamente extraordinário, um legado de governação absolutamente fantástico, que só poderia, ainda por cima, melhorar, que ia praticamente para as estrelas, foi interrompido por forças ocultas."
Já "Pedro Nuno Santos veio com meia dúzia de coisas que, de facto, espremidos são quase nada", condena António Lobo Xavier.
Por sua vez, José Pacheco Pereira defende que o rotulo de radical não cola nem em Pedro Nuno Santos nem no Partido Socialista, que "deixou de ser radical há séculos".
"Hoje as pressões para o radicalismo são muito mais importantes à direita do que à esquerda. O PC abandonou a revolução há imenso tempo e a violência armada, o Bloco de Esquerda, com exceção daquelas causas fraturantes, também é pacífico (...) Aqui a pulsão radical é à direita, e isso é um elemento que o eleitorado vai julgar", considera.