Em entrevista à TSF, João Ferreira, eurodeputado e membro do Comité Central do PCP, faz um balanço "positivo" da atual solução de Governo, mas avisa que "há ainda muito por fazer".
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O balanço é "positivo", mas "há ainda muito por fazer", diz, em entrevista à TSF, João Ferreira. A poucas horas do arranque do XX Congresso do PCP, que começa esta sexta-feira, o eurodeputado comunista sublinha que a ausência de uma solução conjunta entre o PCP e o PS seria pior para o país, mas insiste na ideia de que há "limitações" colocados pelos socialistas.
"Há um balanço positivo que não apaga, por um lado, o facto de haver ainda muito por fazer. Por outro, alguns problemas estruturais que o país enfrenta não se resolveram e alguns tendem, até, a agravar-se, e esta realidade é iniludível", afirma o membro do Comité Central comunista.
Para João Ferreira, a possibilidade de encontrar uma resposta a esses "problemas estruturais" depende de se enfrentarem os "constrangimentos que o Partido Socialista não tem estado disponível para enfrentar".
Segundo o eurodeputado, os comunistas têm procurado "elucidar sobre a natureza dos constrangimentos", salientando a necessidade de, no plano interno, "enfrentar interesses poderosos instalados" que, insiste, "não têm sido devidamente enfrentados.
Ainda assim, sublinha o eurodeputado, "se não tivéssemos impedido o PSD e o CDS-PP de continuarem em funções no Governo, estaríamos em condições incomparavelmente piores do que aquelas em que estamos"
Secretário-geral adjunto? "É uma questão que não se coloca", garante
O XX Congresso Nacional do PCP deverá reeleger Jerónimo de Sousa como secretário-geral comunista, mas, nos últimos tempos, a questão da sucessão de Jerónimo de Sousa, mas, em particular, da criação da figura de um secretário-geral adjunto, motivou alguma especulação.
João Ferreira admite que "não há questões fechadas", mas garante que essa não é uma matéria que esteja a ser discutida nos corredores comunistas.
"Já por diversas vezes foi esclarecido, por vários responsáveis do partido, que não é uma questão que esteja sequer a ser discutida. Não há propriamente questões fechadas, mas é uma questão que, neste momento, não se coloca, senão por alguns órgãos que, por alguma razão, têm optado por trazê-la para a opinião pública".
O congresso comunista decorre até domingo, em Almada. A sessão de abertura está marcada para esta sexta-feira, às 10:30 horas.