Almeida Henriques nega suspeitas de envolvimento no caso de corrupção no Turismo do Norte
O presidente da Câmara de Viseu confirmou que foram realizadas buscas no âmbito da investigação ao caso.
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O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, foi implicado na operação Éter que investiga um caso de corrupção no Turismo do Porto e Norte. Segundo a investigação em curso, terão sido desviados mais de 7 milhões de euros.
De acordo com a edição desta quinta-feira do Jornal de Notícias, Almeida Henriques, que foi secretário de Estado no Governo de Pedro Passos Coelho, é apontado pela Polícia Judiciária como sendo o testa de ferro de José Agostinho, o empresário de Viseu, detido no processo, que instalou lojas interativas em vários municípios da região norte.
O autarca nega qualquer ligação com o empresário do mesmo concelho. "Testa de ferro? Onde é que foram buscar essa encenação rebuscada? Nunca tivemos empresas e negócios em conjunto", garantiu hoje em conferência de imprensa.
Aos jornalistas, o antigo governante confirmou que em junho a Câmara de Viseu foi alvo de buscas e que na altura o seu computador também foi analisado, mas nunca foi ouvido. Em outubro, continua nessa condição, mostrando-se por isso surpreendido com a notícia avançada hoje pelo JN.
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"Estou indignado e tudo vou fazer para que a verdade venha ao de cima. Não se pode deitar lama para cima de um cidadão de qualquer maneira, é preciso primeiro ouvir os cidadãos e depois então se tiverem responsabilidades, [eles] devem assumir as suas responsabilidades. Não posso saber através de um jornal que o meu nome poderá estar a ser ligado a esta operação sem nunca ter sido chamado sequer para dar qualquer tipo de informação", lamentou.
O autarca mostrou-se contudo tranquilo com as suspeitas e disse estar disponível para prestar todos os esclarecimentos que a PJ e o Ministério Público pretendam e anunciou que vai avançar judicialmente contra o JN.
A operação Éter levou a semana passada à detenção de cinco pessoas, entre as quais Melchior Moreira, o presidente da Turismo do Porto e Norte. Foram também detidos Isabel Castro, diretora operacional, e Gabriela Escobar, jurista da mesma organização de turismo, Manuela Couto, administradora da W Global Communication (antiga Mediana), e José Agostinho, da firma Tomi World. À exceção de Melchior Moreira todos os arguidos foram libertados na terça-feira.
Os envolvidos neste processo devem conhecer as medidas de coação já esta tarde.