"Não há promiscuidade" entre política e movimentos associativos. "Há cidadania"

Ana António/TSF
No programa "Almoços Grátis" Carlos César e Luís Montenegro defenderam o direito do agentes políticos a pertencer a associações de solidariedade.
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Carlos César esclarece que é "totalmente incorreta" a ideia de que os políticos ou ministros não possam ter sido, ou vir a ser no futuro, dirigentes de uma instituição particular de solidariedade social (IPSS).
"Acho muito bem, e acho louvável, que quem hoje é ministro tenha passado pelo movimento associativo. Acho que aqui não há nenhuma promiscuidade, há muita cidadania", defendeu o socialista no programa da TSF "Almoços Grátis".
Luís Montenegro concorda. "Mal de nós, políticos, responsáveis públicos que estivéssemos desassociados do movimento associativo."
"Somos é obrigados a outras coisas, nomeadamente a declarar essa participação e a saber conjugar aquilo que foi a nossa participação anterior com o exercício de funções", aponta.
Réu passa de "senhora santa" a ministro
Carlos César diz que se sente "satisfeito com os esclarecimentos entretanto prestados" por Vieira da Silva a propósito do caso de alegada gestão danosa da associação Raríssimas.
"Ficou amplamente demonstrada a transparência de todo este processo" e "que a atuação do ministro foi comprovadamente impoluta, quer antes de ser ministro, quer como ministro face à instituição".
A audição do ministro do Trabalho e da Segurança Social provou, defende, que "a postura dos decisores foi no sentido da defesa do interesse público" e que "houve rigor na contratação e celebração de acordos com a instituição, sem quaisquer facilitismos".
Carlos César condena ainda que a polémica em torno do caso Raríssimas, após acusações de desvio de fundos por parte da presidente da Raríssimas, Paula Brito da Costa, se tenha focado na atuação de Vieira da Silva.
"A situação de quase alarme que se gerou no país não de deixa de ser curiosa. Findas as primeiras 24h parecia que uma senhora que era uma santa, mas só tinha como defeito pavonear-se em carros topos de gama, não tinha nada a ver com o assunto. Subitamente o réu era o ministro do Trabalho e da Segurança Social".
Para Luís Montenegro, Vieira da Silva "está verdadeiramente enfraquecido com este episódio" e até "tem tido a honestidade de não esconder o seu incómodo e o seu desconforto".
O ministro "ainda não clarificou se em algum momento teve em mãos qualquer processo, mesmo que o de receção de denuncias e de queixas, em que se possa ter revelado qualquer conflito de interesses", condena o social-democrata.