Ana Catarina Mendes condena agressão a imigrantes no Porto e diz que "não devemos atacar" a AIMA
A ex-ministra Ana Catarina Mendes responde ao presidente da Câmara do Porto e diz que o que se passou na cidade "é um caso de polícia".
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Ana Catarina Mendes condena a agressão a imigrantes na cidade do Porto e considera que as acusações do presidente da Câmara Municipal do Porto não fazem sentido. Rui Moreira defendeu a extinção da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) acusando-a de inoperância, mas a ex-ministra, que tinha a tutela deste organismo, considera essa ideia "um erro". A atual deputada defende que este é "um caso de polícia" e se for por "motivo de ódio deve ser condenado veementemente".
Não devemos misturar. Uma coisa são as funções da polícia, outra coisa são as funções documentais e da integração e acolhimento de imigrantes que estão na dependência da AIMA", acrescenta.
A deputada condena os acontecimentos do Porto e afirma que não se pode associar imigração a atos criminosos. Ana Catarina Mendes refuta a perceção que está a ser criada na sociedade.
"Preocupa-me (...) porque os factos desmentem essa perceção", sublinha, adiantando que o Relatório Anual de Segurança Interna não liga o aumento da imigração a maior criminalidade." Não se pode fazer essa associação direta, que alguns partidos querem fazer, de que imigrante é criminoso", enfatiza.
Ana Catarina Mendes lembra que a AIMA só existe há seis meses, herdou 400 mil processos e precisa de tempo para trabalhar. Afirma também que a Agência já tinha desenhado várias estratégias para o futuro.
"O atual governo dirá se quer que sigam ou não", afirma. Entre o que estava previsto fazer, a ex-ministra assinala o novo programa de português para imigrantes lançado no dia 25 de Março e a rede lançada com os municípios para fazer centros de acolhimento e inserção profissional. A AIMA "tem seis meses, não acho que devamos todos os dias, a propósito de um caso como este, que é um caso de polícia, atacar uma agência que nasceu agora para responder aos problemas das pessoas", conclui.