Para a socialista, José Bolieiro nunca foi claro relativamente a uma aproximação ao Chega.
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Ana Gomes concorda com o chumbo do PS Açores ao Governo minoritário da coligação PSD/CDS/PPM. Inicialmente, a socialista foi uma das vozes a concordar que o PS Açores deveria viabilizar o Governo com uma abstenção, mas agora tem outra opinião, defendendo que o cenário mudou.
"O Chega, não obstante ter passado toda uma campanha a dizer que o seu objetivo era ir para o Governo, acabou por prescindir de ir para o Governo para viabilizar uma solução de governo do PSD ou da AD e, portanto, é evidente que a questão já não se põe para o PS. Compreendo perfeitamente a posição do Governo do PS Açores. Mais: quando Bolieiro, o líder do PSD e da AD Açores, não exclui a Aliança com o Chega, é evidente que não pode, de maneira nenhuma, exigir ao PS que viabilize nenhuma solução. Uma coisa seria ajudar o PSD a livrar-se de uma aliança com o Chega, com o objetivo de não deixar normalizar um partido que é claramente um partido que visa destruir a democracia", explicou à TSF Ana Gomes.
Para a socialista, José Bolieiro nunca foi claro relativamente a uma aproximação ao Chega.
"Quem disse que não excluía nenhum contacto com o Chega e o próprio Chega estava a revelar ter contactos informais com o PSD? Além de um dos seus vice-presidentes já ter dito que viabilizaria uma solução de Governo do PSD. E mais: Manuel Bolieiro não tem nenhuma autoridade para exigir ao PS aquilo que ele não fez em 2020, porque ele em 2020 aliou-se com o Chega exatamente para contrariar a possibilidade de um Governo do partido mais votado, que era o PS. Portanto, não é por causa da autoridade de Bolieiro que eu admiti que alguma vez o PS pudesse viabilizar um Governo de Bolieiro sem o Chega", acrescentou a socialista.
O PS/Açores vai votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu no domingo as eleições regionais sem maioria absoluta, anunciou esta sexta-feira o líder da estrutura partidária, Vasco Cordeiro.
A decisão foi tomada por unanimidade nas reuniões do Secretariado Regional e da Comissão Regional, órgão máximo entre congressos, realizadas na quinta-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido pelo Chega, com cinco mandatos. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.