Em declarações à TSF, Paula Teixeira da Cruz recupera o "não é não" de Luís Montenegro e sublinha que a resposta a André Ventura "já lhe foi atempadamente dada".
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A antiga ministra Paula Teixeira da Cruz considerou esta terça-feira que o presidente do Chega está a "traçar cenários que não estão em cima da mesa" ao anunciar o chumbo do Orçamento do Estado (OE).
"Ainda não tivemos a indigitação do primeiro-ministro, a formação ou a apresentação do programa do governo", começou por relembrar Paula Teixeira da Cruz, em declarações à TSF.
"Seria extemporâneo e não faria qualquer sentido fazer esse tipo de exigências", acrescentou, numa alusão à entrevista da TVI/CNN Portugal a André Ventura, na qual admitiu chumbar um OE apresentado pela AD caso não exista uma negociação prévia com o seu partido.
"O que é que o Dr. André Ventura ainda não percebeu?", lançou Paula Teixeira da Cruz, respondendo como Luís Montenegro: "Não é não!"
A resposta já lhe foi atempadamente dada: não integrará.
Paula Teixeira da Cruz reconheceu que há um OE socialista em vigor e que, embora se possa falar de um orçamento retificativo, "ainda não é tempo".
Por outro lado, para a antiga ministra da Justiça, não há que privilegiar, nem traçar cenários com o Chega.
"Lamento, mas o Dr. André Ventura não é o Alfa e o Ómega do sistema político português", notou, acrescentando que "o orçamento será discutido na Assembleia da República (AR) nos termos em que sempre é discutido, em que toda a AR participa, até por imposição regimental e constitucional"
A jurista Paula Teixeira da Cruz disse ainda que afirmações de Ventura podem ser interpretadas como um discurso para os seus eleitores e uma forma de pressão, mas avisou: "Há matérias em que o PSD não é pressionável."