Ângelo Pereira suspende mandato em Lisboa. Moedas quer que PS siga "o exemplo" e pede celeridade à justiça
O vereador está acusado de utilizar o cargo para satisfazer interesses de natureza privada em prejuízo do interesse público
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O vereador da Câmara de Lisboa Ângelo Pereira pediu esta terça-feira a suspensão de mandato, na sequência da operação Tutti Frutti. O presidente da autarquia, Carlos Moedas, aceitou a demissão "de imediato" e quer que o PS "siga o exemplo".
Em causa está a acusação do Ministério Público que, esta terça-feira, pediu a perda de mandato e futura inelegibilidade de 13 autarcas, entre os quais Ângelo Pereira, por no exercício de mandato autárquico, terem usado os respetivos cargos para satisfazer interesses de natureza privada em prejuízo do interesse público, em grave violação dos deveres inerentes às suas funções de autarcas.
Entretanto, Carlos Moedas disse, em declarações aos jornalistas, que esteve reunido com Ângelo Pereira e que este pediu a suspensão das suas funções: "Aceitei de imediato".
"Mantenho a minha posição sobre estes casos: quando um vereador é acusado deve suspender o mandato. Neste caso, o pedido vem do vereador e da sua coragem para poder defender-se", sublinhou.
"Espero que os outros partidos sigam o mesmo exemplo. (...) O PS também deve dar o exemplo", acrescentou.
Apesar da "coragem" de Ângelo Pereira, o autarca de Lisboa classificou ainda como "grave" a "lentidão da justiça" e pediu celeridade.
Ângelo Pereira é responsável, entre outros, pelos pelouros do Desporto, Higiene Urbana e Proteção Civil.
Num comunicado, o vereador indica que pediu a suspensão do mandato "para requerer a abertura da instrução", por estar convicto da "total ausência de responsabilidade penal a este respeito".