Em Luanda, no final da visita oficial de dois dias, o primeiro-ministro mostrou-se satisfeito e falou em "objetivos atingidos". Agora, relançada a relação, é Marcelo quem poderá estar de visita.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro afirmou hoje ter atingido os "objetivos centrais" na sua visita oficial a Angola e considerou provável que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realize uma visita de Estado a este país em 2019. António Costa falava aos jornalistas após ter visitado uma obra da empresa portuguesa Mota-Engil para a construção do novo Hospital de Hematologia Pediátrica de Luanda, que foi o último ponto do programa de visita oficial de dois dias a Angola.
De acordo com o líder do executivo português, a partir de agora, as visitas de alto nível entre as autoridades políticas de Luanda e de Lisboa "retomarão o seu ciclo normal".
"Entre mim e o Presidente da República há a combinação de alternarmos as visitas aos diferentes países. Portanto, tendo eu vindo este ano a Angola, é muito provável que o senhor Presidente da República esteja aqui no próximo ano. E assim sucessivamente: Temos de ir mantendo a regularidade desta relação que, como se vê, é muito intensa ao nível económico, entre as diferentes administrações ou entre empresas", declarou o primeiro-ministro.
Antes desta deslocação de António Costa a Angola, a última visita oficial de um primeiro-ministro português tinha acontecido em 2011, quando Pedro Passos Coelho assumiu a chefia do Governo. "Sete anos sem um primeiro-ministro vir cá foram onze diferentes acordos que estavam por assinar. E ainda há alguns para serem assinados em novembro por ocasião da visita do Presidente João Lourenço a Portugal. Não podemos deixar acumular tanto trabalho", disse.
Questionado sobre o balanço que fazia da visita, António Costa defendeu que "o objetivo central" da viagem era dar "um sinal claro de confiança às comunidades portuguesas e angolanas no que respeita à excelência das relações entre os dois países".
"E esse sinal de confiança foi dado, quer ao nível do relacionamento político, quer ao nível dos instrumentos que os dois governos assinaram, casos do acordo para evitar a dupla tributação, o novo Programa Estratégico de Cooperação (2018/2022) ou o reforço muito significativo da linha de crédito de apoio às exportações", adiantou. no final da à obra da Mota-Engil, em que o primeiro-ministro teve a companhia do presidente da empresa, António Mota, e do administrador e antigo ministro socialista Jorge Coelho.
Antes, António Costa visitou nos arredores de Luanda a Angonabeiro, uma empresa do grupo Delta dedicada à torrefação de café, que está a expandir a sua produção no mercado angolano na área da distribuição alimentar e que, por outro lado, exporta já cerca de 300 toneladas de café produzido em Angola.
"É um bom exemplo de como as empresas portuguesas podem ser parceiras do governo de Angola no seu objetivo de diversificação da base económica angolana", disse, após a visita em que participou o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto.
Notícia atualizada às 20h06