Antes de reconhecer o Estado da Palestina, é preciso que "os territórios ilegalmente ocupados sejam devolvidos a quem lhes pertence"
Para a ativista Isabel Oliveira, a decisão do Governo de ouvir o Presidente da República e os partidos políticos sobre a Palestina demonstra "hipocrisia e desonestidade". É o que diz à TSF
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Isabel Oliveira, ativista que tem organizado o movimento cívico Panelada pela Palestina, considera que a atitude do Governo português de ouvir o Presidente da República e os partidos políticos para um eventual reconhecimento do Estado da Palestina demonstra "alguma hipocrisia e desonestidade".
"Reconhecer o Estado da Palestina é reconhecer um Estado que não existe", refere, justificando que faltam criar condições para que ele seja efetivamente real. Por exemplo, "os territórios ilegalmente ocupados têm de ser devolvidos a quem lhes pertence: aos palestinianos".
E avisa que isto não significa o fim do Estado de Israel: "Quem quiser viver numa situação de igualdade, fica. Quem não quiser, sai. Aquela terra não lhes pertence. Foram eles que foram para lá e a ocuparam em 1948. Não têm direito a ela."
Devolver os territórios que pertenciam ao povo palestiniano em 1948 é a única forma, considera Isabel Oliveira, de se falar em Estado da Palestina.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.