O primeiro-ministro reconhece que Bruxelas quer uma redução mais acentuada do défice estrutural, mas não está disposto a trair o seu eleitorado.
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António Costa garante que não está disposto a sacrificar compromissos assumidos com o eleitorado e com os partidos à esquerda. "Todos os orçamentos são compromissos, mas deste compromisso não faz parte abandonar nenhuma das medidas que foram um compromisso eleitoral ou que resultam dos acordos que estabelecemos com os nossos parceiros para a viabilização do governo", avisa António Costa, em Cabo Verde, onde faz a primeira visita como primeiro-ministro.
O problema tem origem, segundo António Costa, nas contas do ano passado: "Como é sabido, a execução orçamental de 2015 não permitiu uma redução do défice estrutural como o deveria ter permitido, e as instituições europeias pretendem naturalmente que em 2016 haja aqui uma redução efetiva do défice estrutural, que tenha em conta o que não foi alcançado em 2015". O primeiro-ministro diz que está "naturalmente a conversar nesse sentido" com as instituições europeias.
António Costa reconhece que "é um exercício orçamental exigente, difícil", mas acredita que vai ser possível uma redução do défice. Recorda também que o recuo na austeridade será feito de forma gradual, dando o exemplo da reposição dos vencimentos da função pública ou eliminação da sobretaxa de IRS.