"O país tem muito a ganhar com a Força Aérea a combater fogos", afirmou o primeiro-ministro. Declarações registadas na base aérea de Monte Real, onde foi agradecer o apoio internacional.
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O primeiro-ministro agradeceu o apoio que Marrocos, Itália, Espanha e Rússia deram ao país no combate aos incêndios.
António Costa aproveitou ainda para falar sobre a participação da Força Aérea no combate aos incêndios. Ainda que diga ter consciência de que não tem os meios necessários para equipar os aviões para que possam combater incêndios, o chefe do governo deseja que o regresso ao teatro de operações possa um dia ser uma realidade.
"Muitas vezes pergunta-se porque a Força Aérea não mobiliza meios para incêndios, mas o chefe de Estado Maior da Força Aérea explicou hoje, mais uma vez, que não o faz porque não dispõe de meios para fazer esse combate. Por isso é essencial usar o dispositivo que temos e recorrer ao apoio internacional sempre que necessário. O ideal, no futuro, é um dia poder voltar a contar com a Força Aérea para fazer esse combate. O país teria muito a ganhar".
A Força Aérea esclareceu hoje que "não possui meios aéreos que permitam a realização de missões de combate a incêndios", mas admitiu que a capacidade para realização destas missões poderá "vir a materializar-se faseadamente, num futuro próximo".
O primeiro-ministro António Costa disse ainda que as verbas que são alocadas ao combate a incêndios florestais, em aluguer de aviões e equipamento de bombeiros, são desviadas da segurança interna, mas não da prevenção de fogos.
"O dinheiro que o Ministério da Administração Interna consome no aluguer de meios aéreos, no equipamento de bombeiros, na formação de bombeiros, na constituição de equipas profissionais, não é dinheiro que se está a desviar da prevenção. É dinheiro que se está a desviar da segurança interna", disse António Costa aos jornalistas.
Intervindo à margem de uma visita à base aérea de Monte Real, distrito de Leiria, onde se deslocou para agradecer o contributo das tripulações dos meios aéreos de Marrocos, Itália e Rússia no combate aos incêndios em Portugal, o primeiro-ministro frisou que o dinheiro para combater fogos não é investido em instalações e esquadras da GNR e PSP, cujas condições "são uma vergonha nacional".
"É necessário que se passe a investir na prevenção e é isso que vai passar a ser feito", argumentou.